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Minas Gerais aplicou R$ 153 milhões para a realização de boas práticas incluídas no Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), nos três primeiros meses da safra agrícola 2014/2015, que abrange os meses de julho a outubro de 2014. O volume de recursos representa 3,4% do total previsto no Plano Agrícola e Pecuário da safra atual, que é de R$ 4,5 bilhões.
De acordo com a análise do assessor técnico da Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura, Francisco Augusto Lara de Souza, o montante aplicado em Minas registrou aumento de 52,5% do crédito negociado com o Banco do Brasil para ações do programa em relação ao mesmo período da safra anterior.
“Minas Gerais lidera o ranking dos estados que mais solicitaram recursos, desde a implantação do programa e o quadro sinaliza boas perspectivas para novas adesões dos produtores”, avalia o assessor técnico da Seapa.
O Programa
Atualmente, o Programa ABC é a principal linha de crédito para o financiamento das ações do Plano da Agricultura de Baixa emissão de Carbono no país, que tem como objetivo promover a mitigação da emissão dos gases de efeito estufa na agricultura. O plano engloba as ações de tratamentos de dejetos de animais, florestas plantadas, fixação biológica de nitrogênio, sistema de plantio direto, integração lavoura, pecuária e floresta e recuperação de pastagens degradadas.
O Triângulo mineiro e o Alto Paranaíba vêm se mantendo à frente entre as regiões agrícolas do estado que mais solicitaram recursos a partir da safra 2011/2012. De acordo com o assessor da Seapa, Francisco de Souza, as duas regiões, na safra atual, captaram cerca de 38% de todo o recurso aplicado em Minas até outubro.
“O expressivo aporte de recursos nessas regiões ocorre pela grande concentração de pecuaristas e agricultores que buscam a implantação de tecnologias de baixa emissão de carbono, visando melhorar a eficiência do sistema de produção. A recuperação de pastagens e o plantio de florestas destacam-se entre as ações mais beneficiadas com a aplicação dos recursos”, explica. As regiões do Norte de Minas e Noroeste captaram 24% e 10% respectivamente.
Agenda de compromissos
O Plano ABC está integrado à agenda de compromissos assumidos pelos países que participaram da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 15), para a redução das emissões de gases de efeito estufa gerados pelas atividades agrícolas e pecuárias. A meta é evitar a emissão de 165 milhões de toneladas equivalentes de CO2 nos próximos dez anos, por meio de práticas agrícolas sustentáveis.
Minas Gerais possui um grupo gestor estadual, que trabalha em diferentes eixos estratégicos da agricultura de baixa emissão de carbono, buscando a promoção de ações relacionadas junto aos produtores rurais e aos diferentes atores de órgãos e entidades de pesquisa e extensão. Os representantes do grupo pontuam as técnicas conservacionistas sustentáveis agropecuárias e seus benefícios para o meio ambiente e sistema de produção.
Estão sendo desenvolvidas linhas de pesquisas em Minas Gerais que são sinérgicas às questões envolvidas no Plano Estadual ABC e no Plano de Energia e Mudanças Climáticas (PEMC) do estado, vislumbrando apresentar para a população, a vulnerabilidade do território mineiro às mudanças climáticas a partir de uma análise integrada dos impactos e potenciais impactos climáticos nos sistemas naturais e socioeconômicos.
Em Minas, uma das metas do plano estabelecida pela Resolução Seapa nº 1.233, de 9 janeiro de 2013, é possibilitar até 2020 a adoção, no Estado, do sistema Integração, Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF) em 260 mil hectares. Está prevista também a recuperação de 2,1 milhões de hectares de pastagens degradadas, que serão incorporadas aos 18,1 milhões de hectares atuais do Estado.
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