Produção de soja na safra 2024/25 atinge recorde histórico
Levantamento da StoneX indica que o avanço decorre da revisão positiva da produtividade na Bahia
O mercado do cacau segue volátil. Em Nova York, os preços do contrato de setembro subiram na última quinta-feira (26) e romperam a região de resistência em USD 8.770/t, após a divulgação de que Gana reduziu sua estimativa para a produção da safra atual, de 610 mil toneladas para 600 mil toneladas.
De acordo com Carolina França, analista de inteligência de mercado da Hedgepoint Global Markets, embora o corte já fosse esperado, o ajuste reforçou a preocupação com a oferta e deu certo suporte ao mercado. A desvalorização do dólar também pode ter contribuído para esse cenário. Ainda assim, até 26 de junho, os contratos futuros de setembro registraram queda de 3% em Nova York e 5% em Londres na comparação semanal.
“Entre os principais fatores que sustentam essa tendência baixista no curto-médio prazo, destaca-se a melhora nas previsões climáticas para a África Ocidental, região responsável por grande parte da produção global de cacau. Modelos meteorológicos indicam a possibilidade de chuvas acima da média em áreas-chave da produção africana, o que gera um otimismo para o próximo ciclo, ainda que cauteloso, entre os produtores, especialmente em Gana”, diz.
A analista explica que as condições agronômicas das plantações do país também apresentaram sinais de recuperação, o que reforça as expectativas mais positivas. Apesar desse cenário mais favorável, as estimativas oficiais para a safra 25/26 tanto em Gana quanto Costa do Marfim ainda não foram divulgadas, o que mantém o mercado atento aos próximos desdobramentos.
Sem grandes atualizações, o mercado aguarda pelos resultados da moagem de cacau das associações de processadoras dos EUA, Ásia e Europa referentes ao segundo trimestre de 2025, um importante indicador relacionado a demanda. “Dessa forma, será possível verificar qual o impacto dos preços do cacau, que mesmo após correções se encontram muito acima dos patamares históricos, no consumo global da amêndoa”, afirma.
Nesse sentido, ao analisar as importações da Europa, segundo a Hedgepoint, um dos principais mercados para a commodity, os dados mostram um declínio. Desde o início da safra atual (out/24 a jun/25*), o volume total das importações líquidas de cacau (grãos, pasta, manteiga e pó) foi 9,53% menor do que no mesmo período do ciclo 23/24. Essa redução pode estar associada à oferta limitada da commodity nas safras recentes, o que resultou em preços mais altos para os grãos e seus derivados.
“Essa tendência já foi confirmada pelos dados de moagem de cacau do primeiro trimestre deste ano, que apresentaram queda em relação ao mesmo período do ano anterior. Além disso, os resultados financeiros recentes de algumas das principais processadoras do setor também indicaram retração”, diz.
Esses sinais reforçam o impacto da oferta restrita e dos preços elevados sobre a cadeia produtiva. O Índice Harmonizado de Preços ao Consumidor da Europa também evidencia esse cenário, ao apontar um aumento expressivo nos preços do cacau e de seus derivados no mercado europeu.
Segundo a analista, dessa forma, os resultados das moagens podem contribuir para um cenário de pressão baixista nos preços, especialmente se novas reduções forem observadas nos próximos trimestres. Em relação às origens, observa-se uma queda na participação da Costa do Marfim nas importações europeias. Esse movimento pode ser consequência de problemas relacionados à qualidade das amêndoas e à desaceleração nas entregas de cacau nos portos marfinenses, fatores que já foram abordados em análises anteriores da Hedgepoint.
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura