RS Safra 2025: condições climáticas favorecem a canola
A colheita alcançou 6% da área semeada, conforme o informativo divulgado pela Emater/RS
China e Estados Unidos seguem em impasse comercial. A China não comprou soja americana nas últimas semanas. Os Estados Unidos continuam sem divulgar dados oficiais do USDA por causa do "shutdown". Apesar disso, a colheita americana avança. Cerca de 95% das lavouras de soja atingiram a maturação, e 38% da safra já foi colhida.
No Brasil, a exportação de soja segue em ritmo acelerado. Segundo a Secex, a projeção para outubro aponta embarques de 7,1 milhões de toneladas. Em outubro do ano passado, foram 4,4 milhões. Com esse ritmo, o acumulado do ano pode chegar a 102,2 milhões de toneladas exportadas, frente a 93,5 milhões no mesmo período de 2024.
A firmeza no mercado se reflete nos preços nos portos, entre R$ 138 e R$ 140. Os prêmios variam de R$ 175 a R$ 200. A demanda externa continua forte. O comprador busca soja para completar navios. O plantio da nova safra avança no Mato Grosso e no Paraná. A média nacional está em torno de 18%.
A comercialização da safra 2024, que somou 171,5 milhões de toneladas, alcança 74%. A média histórica é de 80%. A nova safra está com 21% vendida, abaixo da média de 30%.
No milho, a colheita americana atingiu 40%. A maturação chegou a 98%. A safra segue dentro da normalidade. No Brasil, a ANEC projeta exportação de 6,1 milhões de toneladas em outubro. Em 2024, foram 5,7 milhões. O acumulado do ano pode alcançar 30 milhões de toneladas.
O Irã é o principal destino do milho brasileiro, com 6,3 milhões de toneladas. O Egito aparece em segundo lugar, com 5,1 milhões. A safra de verão segue em fase de plantio no Sudeste e em Goiás. A primeira safra deve somar 25 milhões de toneladas.
A safrinha teve 67 milhões de toneladas comercializadas, o que representa 60% da produção. A média histórica é de 66%. Cerca de 75% do milho já foi plantado. No Paraná, produtores reclamam do excesso de chuvas, que tem amarelecido as lavouras.
O sorgo brasileiro já tem 6,1 milhões de toneladas negociadas. O mercado americano colheu 50% da safra. A China, principal importadora, continua fora do mercado.
No trigo, Chicago opera acima de US$ 5,10 no contrato de dezembro. A colheita avança no Paraná, mas as chuvas atrasam os trabalhos. No Rio Grande do Sul, a safra entra na fase de maturação com boas perspectivas. O Vietnã comprou 812 mil toneladas, mais da metade do volume exportado pelo Brasil em 2025, que soma 1,47 milhão de toneladas.
O algodão americano tem 35% da safra colhida. A qualidade é considerada baixa.
No arroz, o mercado brasileiro enfrenta o pior momento desde 2020. Os preços variam entre R$ 48 e R$ 54 no Rio Grande do Sul. A indústria está retraída. O plantio avança, com cerca de 20% da área já semeada. A área deve cair cerca de 50 mil hectares no estado.
No feijão, o mercado da terceira safra perdeu força. Cotações do carioca variam entre R$ 225 e R$ 275. O feijão preto está entre R$ 135 e R$ 170. As vendas seguem fracas, com varejo tentando girar estoques antigos.
Por Vlamir Brandalizze - @brandalizzeconsulting
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