Colheita do milho é iniciada no Rio Grande do Sul
Apesar da semeadura ainda não ter sido concluída, a colheita do grão foi iniciada nas regiões Celeiro, Alto Médio Uruguai e na Fronteira Noroeste
Desde o início de dezembro, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) intensificou as ações de fiscalização e vistoria a máquinas e implementos agrícolas que entram no Estado. O maquinário que não estiver com todos os compartimentos limpos adequadamente não poderá cruzar as divisas do Paraná. A medida tem por objetivo evitar a entrada de pragas e plantas daninhas, que podem ser conduzidas em colhedoras e outros equipamentos, caso não sejam limpos adequadamente.
As inspeções ocorrem em todos os Postos de Fiscalização de Trânsito Agropecuário (PFTAs) da Adapar, situados nas divisas do Paraná com outros Estados. Segundo o coordenador do Programa de Certificação, Rastreabilidade e Epidemiologia Vegetal da agência, Juliano Farinazzo Galhardo, os fiscais fazem a inspeção visual do maquinário, a fim de constatar as condições de limpeza. Caso as máquinas e implementos não estejam devidamente limpos, a entrada será “rechaçada” – ou seja, os veículos não poderão entrar no Estado.
“Caso não estejam limpas, as máquinas serão impedidas de entrar no Paraná, sendo feito o seu rechaço. Assim, elas deverão retornar, passar por limpeza adequada, e só então sua entrada será autorizada”, explica Galhardo. “Esse procedimento é adotado objetivando proteger a nossa agricultura, pois os restos culturais e solo aderidos às máquinas que vêm de outros Estados podem trazer pragas, como nematoides e sementes de plantas daninhas, capazes de provocar sérios danos à agricultura paranaense”, detalha.
A ação tem apoio direto do Senar-PR, que desenvolveu um procedimento de limpeza de colhedoras e outros implementos. Com base nisso, a entidade promoveu dois treinamentos a técnicos da Adapar, para que estejam aptos a inspecionar os maquinários e identificar quando estão adequadamente limpos, sem risco de trazer pragas e plantas daninhas ao Estado. No total, 30 servidores da agência estadual foram capacitados, entre 27 de novembro e 1º de dezembro, na concessionária New Agro, em Londrina, no Norte do Paraná, com apoio do sindicato rural do município.
“É um processo inédito, desenvolvido em conjunto com nossos instrutores do Senar-PR. Fizemos visitas a campo para entender a extensão do problema, definir os parâmetros de uma máquina considerada contaminada e que pode oferecer riscos à agricultura do Estado. Com isso, definimos um processo eficaz de limpeza de todos os compartimentos, usando ar comprimido ou soprador”, aponta Jocelito Cruz, técnico do Departamento Técnico (Detec) do Sistema FAEP/Senar-PR.
No treinamento, a New Agro disponibilizou diferentes modelos de colhedoras e implementos agrícolas, dando a possibilidade de os participantes entenderem os conceitos aplicados em tipos variados de equipamentos.
“Os técnicos puderam, na prática, verificar uma máquina limpa, o acúmulo de resíduos e quando esse acúmulo pode causar contaminação. Quando as máquinas chegam aos postos da Adapar, os técnicos têm condições de fazer essa inspeção de forma assertiva”, destaca Cruz.
Além da intensificação da fiscalização, a Adapar também adotou uma ação preventiva de orientação. Quando as máquinas agrícolas passam pelos PFTAs, saindo do Paraná com direção a outros Estados, os transportadores são informados da necessidade de os equipamentos estarem completamente limpos quando retornarem ao território paranaense. Para reforçar essa iniciativa, o Senar-PR vai produzir uma cartilha explicando como deve ser feita a limpeza do maquinário. Além disso, o protocolo de limpeza desenvolvido pelo Senar-PR deve ser incluído como módulo extra nos cursos de colhedora de grãos, já ofertados pela entidade.
“A expectativa é que a Adapar e o Senar-PR façam trabalhos de orientação e divulgação durante o Show Rural, que deve ocorrer em fevereiro, em Cascavel”, diz Farinazzo Galhardo.
O trânsito entre máquinas agrícolas entre Estados não é raro. O caso mais recorrente é o de prestadores de serviços – os chamados prancheiros –, que são contratados para fazer colheita de grãos ou que alugam seu maquinário a agricultores. Também há casos de produtores com propriedades rurais em diferentes Estados e que transportam os implementos em época de colheita.
Recentemente, a Adapar acendeu um alerta em relação ao caruru-palmeri (Amaranthus palmeri), planta daninha que ainda não está presente nas lavouras do Paraná, mas que já foi identificada com incidência preocupante em outros Estados, como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A praga tem crescimento rápido e é extremamente agressiva: segundo a Embrapa, uma única planta pode dar origem a mais de 100 mil sementes, em condições ideais de crescimento, facilitando a disseminação. Além disso, a planta daninha é resistente a herbicidas.
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