Leilão de máquinas e implementos agrícolas cresce com gargalos do mercado

Pandemia gera desabastecimento, aumento no prazo de entrega e no valor de novos ativos

04.08.2021 | 20:59 (UTC -3)
Pedro Henrique Sant'Anna

O setor do agronegócio tem conquistado números expressivos durante a pandemia. Mercados que fazem parte desse ecossistema também colhem frutos desse bom momento. O Superbid Marketplace, maior plataforma de leilões da América Latina, registrou um movimento expressivo dentro dos projetos no setor, que oferecem oportunidades para agricultores, operadores e consumidores no geral. Ao longo de 2020, a empresa registrou elevação de 36,8% nas vendas da categoria, na comparação com o ano anterior (2019). Entre janeiro e março deste ano, as vendas já cresceram 20,3% na comparação com o último período de 2020, em função do ticket médio das ofertas.  

De acordo com Marcelo Pinheiro, diretor técnico da MaisAtivo, empresa do Grupo Superbid responsável pelos projetos do setor, alguns cenários distintos em virtude do preço das commodities agrícolas e o atraso na entrega de novos equipamentos no mercado, impactados pela pandemia da Covid-19, são fatores em que o agrobusiness esbarra para chegada de novos maquinários.

– Os produtores, sejam eles pequenos ou médios, não podem esperar tanto tempo para receber as máquinas e não possuem capital de giro suficiente para adquirir ativos novos que hoje também estão mais caros. Por isso, buscam adquirir máquinas e equipamentos modernos comprando de grandes empresas, que estão disponíveis e ofertados dentro dos leilões –, diz Pinheiro.

O levantamento do Grupo Superbid mostra que entre os ativos da categoria agrícola com maior interesse no marketplace estão maquinários como tratores e colheitadeiras, implementos agrícolas, ferramentas e peças de reposição. O comércio de colheitadeiras e colhedoras, por exemplo, teve elevação média de 57%; implementos agrícolas, 39%, máquinas e equipamentos industriais, 56,1%; máquinas pesadas, 29%; carrocerias e furgões, 11%; e caminhões, 37%.

Para Pinheiro, outro fator que reflete diretamente no maior interesse pelos leilões é o estado de conservação dos ativos na hora de bater o martelo. Ele diz que em anos anteriores, os bens leiloados possuíam, em média, 15 anos de uso ou mais, e em sua grande maioria necessitavam de grande investimento para retornar à produtividade. Hoje, os bens estão dentro de modelos atuais, com aproximadamente 5 anos de uso e com boa vida útil de aplicação.

– Com ativos mais novos, em melhor estado de conservação e diante de todo o contexto de desabastecimento da pandemia, a audiência do marketplace cresceu expressivamente e a concorrência também aumentou em cima das ofertas. Esta análise é observada especialmente no crescimento do ticket médio das ofertas de cada categoria.

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