Lavouras de soja do Rio Grande do Sul apresentam sintomas de déficit hídrico
Apesar disso, nas áreas irrigadas e onde os volumes de chuva foram maiores, as lavouras se desenvolvem muito bem
O Boletim Mensal da Análise Meteorológica elaborado pelos técnicos do Cemtec/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) mostra que o mês de janeiro teve chuvas abaixo da média histórica em 41 dos 47 municípios cobertos pela rede de estações meteorológicas do Estado. Bonito, localizado na região Sudoeste, apresentou o menor índice de chuva ante a média histórica para o mês. Foram registrados apenas 43 milímetros de precipitação, queda de 77% em relação à média de 189,5 milímetros.
A escassez de chuvas é reflexo do fenômeno El Niño, que consiste no aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico e provoca alterações no clima de todo planeta. “O El Niño está ocorrendo, atingiu sua intensidade máxima entre fim de 2023 e início de 2024. As projeções indicam uma desintensificação, portanto é cedo para afirmar que o Inverno será mais seco do que o esperado. Entretanto, estamos com falta de chuvas na época que deveria estar ocorrendo os maiores volumes e isso pode fazer falta depois”, analisa o meteorologista Vinicius Sperling, do Cemtec/MS.
A pouca ocorrência das zonas de convergências do Atlântico Sul – sistema meteorológico que influencia as condições do tempo – também é citada por Sperling como fator para a baixa frequência das chuvas.
Campo Grande a precipitação ficou 59% abaixo da média histórica, conforme os dados coletados pela estação meteorológica do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) localizado na Embrapa Gado de Corte. Entretanto, há outros quatro pontos de medidas oficiais no município mantidos pelo Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) e UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) em que os índices coletados divergem, porém também estão abaixo da média.
Apenas os municípios de Juti, Corumbá, Iguatemi, Sete Quedas, Itaquiraí e Porto Murtinho apresentaram índices de precipitação acima da média histórica no mês de janeiro. O maior registro foi em Juti, com 266,2 milímetros, o que superou a média histórica em 59%.
Com relação à temperatura, a mínima registrada no mês passado foi de 14,6°C no dia 27 em Amambai e a máxima dei 40,2°C no dia 8 em Água Clara. A menor taxa de umidade relativa do ar registrada foi de11% em Jardim no dia 11 e a maior rajada de vento atingiu o município de Costa Rica no dia 5 com velocidade de 88,6 quilômetros por hora.
A previsão indica 94% de probabilidade para que o fenômeno El Niño continue influenciando o clima no trimestre fevereiro-março-abril. Isso significa que pode ser potencializada a formação e a intensidade das tempestades no Estado. Outro impacto do fenômeno é que pode amplificar as altas temperaturas já registradas no Verão e, consequentemente, gerar novas ondas de calor.
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