Irrigação inteligente que cabe no bolso

Cafeicultores relatam vantagens do cultivo irrigado e benefícios do investimento

24.10.2018 | 20:59 (UTC -3)
Larissa Albuquerque

Ainda hoje, existe a ideia de que a irrigação por gotejamento é um sistema caro e acessível apenas à uma parcela de agricultores. No entanto, nos últimos anos a tecnologia tem ganhado cada vez mais espaço e mostrado que seus inúmeros benefícios garantem mais viabilidade no campo.

A irrigação por gotejamento reduz as perdas na lavoura causadas por seca, eleva a produtividade e, “de quebra” economiza água, energia elétrica, além de otimiza a mão de obra. Todas essas vantagens tornam a solução uma aliada ao produtor que busca rentabilidade na atividade agrícola, por meio de investimento duráveis e de retorno rápido.

A irrigação inteligente foi a tecnologia escolhida pelo cafeicultor Ricardo Santos, da Fazenda Bela Vista. Na propriedade a proposta era implantar um cafezal com as melhores soluções disponíveis e garantir uma produção precoce. “A instalação da lavoura de arábica já com o sistema de gotejamento possibilitou antecipar em um ano a colheita da primeira safra”, conta. Além disso, a produtividade de 56 sacas por hectare, já nos primeiros anos, permitiu o pagamento rápido do investimento na irrigação. “Estou a cinco anos produzindo na área e já obtive o retorno total dos investimentos tanto de infraestrutura da fazenda, quanto de implantação do cafezal”, destaca Santos

Também em Minas Gerais, a Fazenda São Manoel, no município de Serra do Salitre, adotou a irrigação por gotejamento subterrâneo e nutrirrigação em 2013, conseguindo aumentar em 30% a produtividade, com uma média atual de 55 scs/ha. Mesmo nos períodos de menor preço do grão, os ganhos na produção refletiram em maior rendimento na atividade, como conta o cafeicultor José Antônio Vitral. “Quando o café está em baixa, pensar na produtividade torna-se ainda mais essencial para rentabilidade da atividade. Investir na irrigação inteligente é um passo importante nessa direção. Os ganhos de produtividade e as economias que tive me permitiram pagar o investimento em apenas quatro safras, sendo que terei mais de 15 anos para usufruir da tecnologia", diz.

Em Ibiraci, interior de Minas Gerais, o cafeicultor Fernando Ribeiro, proprietário do Sítio Santo Antônio, adotou o sistema de irrigação inteligente em 2011. Ele conta que os 22 hectares da fazenda eram praticamente improdutivos, devido ao solo extremamente arenoso. “Durante três anos tentei levar a produção de café arábica no sequeiro, mas a produtividade era muito baixa, por contato do solo extremamente arenoso. Depois que adotei a irrigação por gotejamento passei a produzir uma média de 50 sacas por hectare. Consegui sair de uma condição lavoura ineficaz, para uma realidade de produção economicamente viável e em menos de dois anos paguei o investimento que fiz”, ressalta Ribeiro.

Atualmente a Netafim/Amanco oferece os mais modernos e eficientes sistemas de irrigação por gotejamento. A solução atende produtores de todos os portes, já que a partir de um hectare já é possível desenvolver um projeto. O investimento vai variar dependendo do ponto de captação de água, a condição climática da região, a topografia da área, entre outros. Já o retorno do capital investido pode ocorrer em até dois anos após a implantação. “É um investimento essencial para quem busca segurança contra o clima, ganho de produtividades e economia de água. Além disso, é uma solução durável, com custo que pode ser pago em pouco tempo”, destaca o Cristiano Jannuzzi, gerente agronômico.

As vantagens vão desde economia de água (60%), ganhos de produtividade (superior a 30%), possibilidade de irrigar 100% da área independente de seu formato ou topografia, até otimização da mão de obra, redução nos custos com insumos, e energia elétrica.

“A irrigação por gotejamento pode ser aplicada em qualquer tipo de cultivo. Na cana-de-açúcar, por exemplo, garante mais longevidade dos canaviais, enquanto que nos grãos é possível produzir até três safras por ano, e reduzir as perdas escassez hídrica”, explica Jannuzzi.

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