IEA aponta padrão volátil na curva futura das cotações do café

13.10.2014 | 20:59 (UTC -3)

Em setembro, os mercados de dólar e juros futuros na BM&F-Bovespa tiveram variações positivas. O mercado acredita que o FED deverá antecipar a elevação da taxa básica de juros da economia ainda no primeiro trimestre, motivando a maior procura pela moeda. Assim, a curva de câmbio exibiu desvalorização do real (mais de 9% de perda no mês), informa o Instituto de Economia Agrícola (IEA/Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Na Bolsa de Nova York, nos contratos de café arábica (em segunda posição), houve declínio nas cotações do produto na comparação das médias semanais, embora a trajetória futura aponte para alta nas cotações. “As cotações para dezembro de 2014, registradas na primeira semana do mês, alcançavam US$¢203,06/lbp, declinando para US$¢183,55/lbp na quarta semana. O registro de queda nas exportações brasileiras de café verde em agosto (-13,7%) não foi suficiente para deter o movimento baixista”, afirmam Celso Vegro, pesquisador do IEA e Félix Schouchana, economista e consultor de Mercados Futuros, autores do artigo.

Aparentemente, dois fatores propiciaram tal baixa nas cotações: retorno das precipitações (ainda que esparsas e em baixos volumes) e divulgação no princípio do mês, por parte de instituição pública, de previsão para safra brasileira 2015/16 acima das 48 milhões de sacas. A média de preços recebidos pelos cafeicultores em setembro de 2014 na região de Franca (principal polo da cafeicultura paulista) foi de R$430,08/sc., segundo dados do IEA/CATI, representando incremento de 1,06% frente ao registrado no mês anterior.

Grandes incertezas pairam sobre o potencial da safra brasileira 2015/16 e consultorias internacionais estimam colheita inferior a 40 milhões de sacas, quantidade insuficiente para atender as demandas interna e externa. Esse cenário de escassez trará mais incerteza ao mercado que, ademais, percebe no padrão climático vigente, nos principais cinturões de cultivo da rubiácea, fator de agudização das anomalias registradas no primeiro semestre do ano.

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