Fundação John Deere realiza Mostra com Ações Sociais da Rede
O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) finalizou três cultivares de feijão do grupo comercial carioca – Curió, Bem-te-vi e Quero-quero. As novidades serão apresentadas em primeira mão no Show Rural, em Cascavel.
As novas cultivares têm indicação para cultivo no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Apresentam bom comportamento em condições de seca e de altas temperaturas durante o período reprodutivo; desenvolvem-se de modo eficiente em solos ácidos e com baixa disponibilidade de fósforo e, ainda, têm planta com arquitetura apropriada à colheita mecânica, explica a pesquisadora Vania Moda-Cirino, que trabalhou no desenvolvimento das variedades.
Os novos materiais se destacam ainda pelo desempenho culinário – cozimento rápido, bom caldo e ótimo sabor – e pelas características nutricionais, com alto teor de proteína, ferro e zinco, conforme aponta a pesquisadora.
A capacidade produtiva, que pode superar a marca de 4,4 toneladas por hectare, e a resistência moderada às principais doenças que atingem lavouras de feijão são a principal característica da cultivar IPR Quero-quero. De ciclo médio, pode ser colhida em cerca de 90 dias.
Igualmente de ciclo médio – fica pronta para a colheita em 88 dias –, IPR Bem-te-vi tem potencial de rendimento superior a 4,2 toneladas por hectare. É resistente à ferrugem, oídio e mosaico comum; e moderadamente resistente à antracnose, mancha angular e murcha de curtobacterium. Mas os produtores que adotarem a cultivar devem ficar atentos ao crestamento bacteriano comum, pois a nova cultivar é suscetível à doença.
Já a cultivar IPR Curió se destaca pela precocidade, chegando à fase de colheita em cerca de 70 dias. O potencial produtivo alcança mais de 3,8 toneladas por hectare. No aspecto doenças, é um material que mostra resistência ao vírus do mosaico comum, oídio e ferrugem, mas é apenas moderadamente resistente ao crestamento bacteriano comum, murcha de curtobacterium e murcha de fusarium.
VITRINE DE CULTIVARES – Na unidade demonstrativa do Iapar também será possível comparar, em duas épocas de plantio, o desempenho das cultivares de feijão IPR Garça (branco); IPR Uirapuru, IPR Tuiuiú e IPR Nhambu (grupo preto); além de IPR Tangará, IPR Campos Gerais, IPR Andorinha e as novas IPR Bem-te-vi, IPR Quero-quero e IPR Curió, do grupo comercial carioca.
Mas as atrações não param na cultura do feijão. Os produtores interessados no cultivo de mandioca, por exemplo, poderão conferir as características da cultivar IPR União, que é direcionada para o processamento industrial, com boa produtividade, ciclo tardio (pode ser colhida entre 15 e 24 meses) e elevado teor de amido.
Também serão mostradas duas cultivares de mandioca de mesa. IPR Upira cozinha em cerca de 20 minutos, tem polpa amarelada – porque é rica em carotenoides, substância precursora da vitamina A – e, no campo, apresenta boa produtividade e precocidade, podendo ser colhida em apenas um ano após o plantio. Já a variedade IAPAR Pioneira é tão macia que pode até ir diretamente para a fritura, sem necessidade de cozimento prévio.
No espaço dedicado à fruticultura será possível ainda conhecer as características de cultivares de laranja, tangerina e de maracujá indicadas para cultivo no Paraná pelo Iapar.
Produtores interessados em alternativas para rotação de culturas encontrarão na unidade do Iapar uma infinidade de opções de plantas de cobertura.
DEJETOS DE SUÍNOS – Se descartados de forma incorreta, os dejetos da criação de suínos poluem o solo e os rios. Por isso, o Iapar vem estudando há alguns anos a possibilidade de utilizar esses resíduos como fertilizante nas lavouras, já que se trata de um material rico em nitrogênio, fósforo e potássio, de acordo com a pesquisadora Graziela Barbosa.
A pesquisadora mostrará como é possível calcular a quantidade desses nutrientes nos resíduos de sua criação utilizando o densímetro, instrumento – aquele que se vê nas bombas dos postos de combustível – que o produtor pode adquirir facilmente no comércio.
Também haverá parcelas de milho, soja e feijão implantadas em duas condições – adubação mineral e com dejetos de suínos –, para possibilitar a comparação dos efeitos sobre o desenvolvimento e produtividade das plantas. “Além de dar uma destinação adequada dos resíduos gerados na propriedade, o produtor de suínos pode reduzir custos com adubação”, esclarece Graziela Barbosa.
AGROECOLOGIA – O Iapar também preparou uma unidade conduzida sob os princípios da agricultura orgânica, uma parceria entre a Secretaria da Agricultura do Paraná (Seab), Emater, Centro Paranaense Referência em Agroecologia (CPRA), Coopavel, Embrapa, Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (Capa), Unioeste e Itaipu Binacional. Técnicos e pesquisadores estão a postos para esclarecer todas as dúvidas dos produtores sobre o tema.
PECUÁRIA – No Show Rural, os pecuaristas poderão discutir com os pesquisadores as melhores opções de forrageiras para as diversas condições do Paraná e conferir os trabalhos da unidade de integração lavoura-pecuária, um projeto que é desenvolvido em parceria com a Coopavel desde 2009. “Os resultados apontam para um ganho anual de 101 arrobas de carcaça e uma produtividade de 4,7 toneladas de soja por hectare”, afirma o pesquisador Elir de Oliveira. Esse trabalho é conduzido com animais Purunã, raça desenvolvida pelo Iapar que produz carcaças de elevado padrão com baixo custo de produção.
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura