Goiás reduz estimativa de produção de soja para 9,8 milhões de toneladas

No Estado há lavouras com baixo estande de plantas, estresse hídrico e necessidade de replantio; situação é crítica na região Norte-Nordeste, com quebra de safra estimada em até 30%

21.12.2015 | 21:59 (UTC -3)
Laura de Paula

A irregularidade de chuvas durante o plantio e o desenvolvimento das lavouras levou a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO), em conjunto com a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), a revisar para baixo as estimativas da safra 2015/16 de soja no Estado. Para as entidades, a área projetada em 3,35 milhões de hectares (incremento de 0,74% em relação à temporada anterior) deve produzir 9,8 milhões de toneladas, abaixo das 10,4 milhões de toneladas previstas no início de outubro, quando o plantio foi autorizado.

“Há locais com necessidade de replantio, baixo estande (população) de plantas e estresse hídrico. Haverá perdas, mas ainda não são generalizadas. Em grande parte do Sudoeste [principal região produtora], por exemplo, as lavouras estão em bom estado. No geral, a situação de Goiás ainda é melhor que a do ano passado”, explica o consultor técnico da Aprosoja-GO, Cristiano Palavro. Na safra 2014/15, o Estado colheu 8,6 milhões de toneladas, afetado por um longo período de estiagem no mês de janeiro.

Preocupação com o Norte

No momento, é crítica a situação das lavouras na porção Norte-Nordeste de Goiás. O plantio na região está atrasado devido à falta de chuvas – em novembro, as precipitações ficaram abaixo da média, e em dezembro, há locais onde nem choveu. Produtores que conseguiram plantar já projetam perdas de 20% a 30%.

Com o calendário oficial de plantio prestes a encerrar, em 31 de dezembro, a Aprosoja-GO e a Faeg solicitaram à Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) a prorrogação dessa data para que os agricultores da região consigam finalizar a semeadura. E está prevista para esta terça-feira (22/12), no Sindicato Rural de Porangatu, uma reunião com produtores, sindicatos, associações, bancos, revendas, prefeituras e demais entidades ligadas ao agronegócio para traçar um plano de mitigação dos prejuízos financeiros com a safra.

Apesar de responder por menos de 10% da produção estadual de soja, com municípios como Niquelândia, Uruaçu, Porangatu e Campinorte, essa região foi destaque em produtividade nas duas últimas safras, por ter sido a menos afetada pelas condições climáticas adversas. Na temporada 2014/15, a média obtida no Norte foi 48,13 sacas por hectare ante 41,46 sacas por hectare colhidas no Sudoeste de Goiás.

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