Colheita da safra de grãos de verão se aproxima do final no RS
Colheita da soja se encaminha para final da safra com 97% da área plantada, que totaliza 5.964.516 hectares
A safra 2019/2020 só termina em agosto, mas os números deste ciclo já indicam que o Estado de Goiás conseguiu, pela terceira vez, alcançar o 3º lugar na produção nacional de grãos – segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), esse feito também foi registrado em 1986/87 e 1988/89. Dados da Conab divulgados esta semana contabilizam mais de 27 milhões de toneladas de grãos produzidas em Goiás na safra atual, um incremento de 10% em relação ao volume anterior (24,63 milhões de toneladas).
Nesse resultado, o destaque vai para as culturas de soja, milho e sorgo, que estão produzindo bem este ano, e para o competente trabalho que os agricultores vêm desenvolvendo ao longo da última década. Esse pódio só não é motivo de comemoração maior porque também resulta de uma severa quebra de safra no Rio Grande do Sul, Estado que tradicionalmente ocupa o 3º lugar nacional na produção de grãos. A forte estiagem em terras gaúchas provocou a perda de quase 10 milhões de toneladas de grãos nesta safra, principalmente, de soja e milho verão.
“Infelizmente esse 3º lugar para Goiás vem às custas de uma frustração de safra em um Estado amigo, o Rio Grande do Sul”, reconhece o presidente da Aprosoja-GO, Adriano Barzotto. “Por outro lado, essa posição significa o esforço do produtor de Goiás que está sempre estudando, pesquisando, incentivando a pesquisa, fazendo boas práticas. Não estamos alegres porque o RS tomou prejuízo, mas esse 3º lugar nacional serve como estímulo para que a gente continue melhorando para ampliar a nossa produção e conquistar esse posto merecidamente, com todos os Estados colhendo bem e tendo bons resultados no final do ciclo”, ressalta Barzotto.
As lavouras de soja registraram boas produtividades, após o clima colaborar mesmo com o atraso inicial das chuvas. Com um ligeiro aumento de 2% na área plantada, para 3,54 milhões de hectares, a média produzida foi de 61 sacas por hectare, totalizando mais de 13 milhões de toneladas da oleaginosa, segundo cálculos da Aprosoja-GO.
Menos expressiva, a safra de milho verão apresentou crescimento de quase 5% na área plantada (para 278 mil hectares) e de 10,7% na produção, que foi de 2,21 milhões de toneladas. “Tivemos períodos de quedas intensas na área de 1ª safra de milho, porém nos últimos anos Goiás vem registrando uma retomada. Mais produtores estão cultivando milho verão, principalmente na porção leste do Estado, com resultados positivos, inclusive de rentabilidade, já que o milho tem tido preços muito bons e isso tem sido uma alternativa interessante aos produtores”, relata o consultor técnico da Aprosoja-GO, Cristiano Palavro.
Já a safrinha de milho está instalada em uma área 13% maior este ano, segundo a Conab (1,6 milhão de hectares). As lavouras estão satisfatórias, avalia a Aprosoja-GO, embora falte chuva em algumas regiões. “A expectativa é de uma pequena queda na produtividade (-1,8%), mas parte dessa diferença será compensada com o grande incremento na área plantada, que se deu pela disponibilidade de terras em sucessão à soja e pelos preços atrativos que estimularam o produtor”, explica Palavro. A colheita das 10,53 milhões de toneladas de milho safrinha previstas para Goiás (11% de aumento em relação a 2019) deve começar já no final de maio, e ganhar ritmo em junho e julho.
Goiás apresenta crescimento na produção de milho safrinha ano após ano, e a área plantada com o cereal atualmente chega a 45% da área cultivada com soja no verão. As lavouras ainda são concentradas na região Centro-Sul do Estado, mas outras regiões estão ampliando o uso desta opção de cultivo após a soja. “Salvo alguns anos de perdas mais significativas, o clima tem colaborado e os produtores vêm antecipando a safra de soja e tendo condições de realizar uma safrinha saudável no Estado, aliando tecnologia e manejo adequado”. Somando os números da 1ª e 2ª safra de milho, Goiás ocupa a 3ª posição nacional já consolidada na produção do cereal, ocupando o posto em seis dos últimos 10 anos.
Também destaque em solo goiano, o sorgo faz Goiás ser, de longe, o maior produtor da cultura no Brasil. Nesta safra, a área plantada saltou para 350 mil hectares (elevação de 33,6%), com expectativa de incremento de 23,4% na produção, que deve chegar a 1,22 milhão de toneladas. Mais resistente à falta de chuvas, o sorgo costuma ser uma cultura alternativa ao milho safrinha nas regiões que encerram a colheita de soja mais tarde, como o Centro-Norte do Estado.
O consultor técnico da Aprosoja-GO explica que o posto de 3º maior produtor de grãos do Brasil para Goiás dificilmente deve se sustentar em anos de “clima normal”. Pelo menos no curtíssimo prazo, já que a quebra de safra no Rio Grande do Sul foi muito significativa (cerca de 10 milhões de toneladas). “Em um ano normal de produção, não conseguiríamos superá-los. Mas a estabilidade produtiva aqui de Goiás é muito boa, diferente do que a gente vê no Rio Grande do Sul, onde quebras de safra acontecem com maior frequência”, destaca Palavro.
Considerando o ritmo de crescimento da produção goiana de grãos nos últimos anos, a disponibilidade de ampliação dos cultivos em áreas já abertas, somadas ao excelente trabalho dos nossos produtores e, claro, desejando safras produtivas para todos os Estados brasileiros, certamente daqui a alguns anos Goiás terá condições de se consolidar, de fato, como o 3º maior produtor nacional de grãos.
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