Termina colheita da primeira safra de feijão no Paraná
Mesmo com redução da produtividade, devido às condições climáticas, o feijão colhido é de excelente qualidade
Pesquisadores do Francis Crick Institute publicaram um estudo na revista Current Biology que mostra como a diversidade em genes relacionados à imunidade pode ter facilitado a adaptação ao estilo de vida agrícola em períodos pré-históricos.
O estudo foi realizado no Ancient Genomics Laboratory do Crick, onde cientistas analisaram o DNA de 677 indivíduos do período da Idade da Pedra na Europa. Eles buscavam entender se havia genes específicos que poderiam ter sido importantes para a adaptação dos primeiros agricultores.
Os pesquisadores descobriram que uma grande região genética responsável pelas respostas imunológicas a doenças - o complexo principal de histocompatibilidade (MHC) - apresentava fortes evidências de evolução rápida e mais ascendência de caçadores-coletores do Mesolítico do que o esperado. Isso sugere que variantes genéticas na região do MHC já presentes na Europa foram transmitidas preferencialmente.
Acredita-se que a transição para a agricultura tenha aumentado a seleção natural em variantes de imunidade, já que as pessoas passaram a viver mais próximas dos animais e a consumir mais produtos de origem animal. A pesquisa corrobora essa visão, mas também indica que a diversidade nos genes imunológicos pode ser tão importante quanto a adaptação ao estilo de vida.
A equipe de pesquisa especula que os caçadores-coletores já possuíam adaptações genéticas contra bactérias, vírus ou outros microrganismos na Europa, ou que ter diferentes formas desses genes era vantajoso.
Tom Davy, estudante de doutorado no Francis Crick Institute e autor principal do estudo, disse: “Foi realmente emocionante ver pela primeira vez que a imunidade é importante para a transição para a agricultura em uma população pré-histórica. [...] No momento, não temos certeza do porquê isso aconteceu, mas uma proposta é que os caçadores-coletores europeus possuíam variações genéticas que lhes permitiam combater doenças específicas da Europa.”
A pesquisa também confirma resultados de estudos anteriores, mostrando que os genes responsáveis pela pigmentação da pele apresentavam maior representação na ascendência dos agricultores neolíticos, com essas variações chegando à Europa a partir do Oriente Médio.
Pontus Skoglund, líder do grupo Ancient Genomics Laboratory do Crick, afirmou: “A mudança para a agricultura foi uma transição importante em todo o mundo, resultando em mudanças na dieta e na exposição a doenças infecciosas. [...] Ao expandir o registro genômico antigo, poderemos entender melhor o papel da imunidade em outros períodos do passado humano."
O material completo pode ser lido aqui.
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