Fertilidade do solo mineiro vai chegar a aplicativos

O Programa é uma plataforma de informação compartilhada, web e aplicativo

19.12.2017 | 21:59 (UTC -3)
Carlos Dias

No dia 20 de dezembro, na sede da Embrapa, em Brasília, a Empresa assina acordo com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) a fim de iniciar o Programa de Incentivo ao Uso Eficiente de Corretivos e Fertilizantes no Estado de Minas Gerais, o FertilizaMG.

“O Programa é uma plataforma de informação compartilhada, web e aplicativo”, revela o pesquisador da Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ), Ronaldo Pereira de Oliveira. “Ele vai gerar três produtos que vão atender as necessidades em âmbito estadual, regional e de propriedade”.

Há alguns anos cientistas da Embrapa tiveram a ideia de agregar os dados dos laboratórios de fertilidade do solo ligados ao Programa de Análise de Qualidade de Laboratórios de Fertilidade (PAQLF). Com essas informações geradas pelos laboratórios, seria possível descobrir em uma determinada região a média, máxima e mínima de cálcio, magnésio e potássio, por exemplo. Outra possibilidade seria apontar o município com solo mais fértil em determinado estado.

“Com o avanço da tecnologia, podemos falar de plataforma web ou aplicativo para disponibilização e compartilhamento da informação. Será possível gerar uma plataforma juntando dados do PAQLF e da Emater-MG. Além disso, o Instituto Brasileiro de Análises, o IBRA, empresa privada que lidera o mercado de análises no Brasil, disponibilizou  um acervo de 320 mil análises para também compor o FertilizaMG”, revela Ronaldo.

Para apoio da gestão estadual será elaborado o mapa de diagnóstico da fertilidade do solo de Minas Gerais. “Poderemos saber se determinada região está deficiente em potássio. Com essa informação o governo estadual pode fornecer incentivos para uma fábrica de fertilizantes naquela área que aumente a dose de potássio na sua formulação”, aponta Oliveira.

Já em âmbito regional, o FertilizaMG pode utilizar dados da região produtora de café de Minas Gerais, por exemplo - que possui bom nível de informação -, combinando a fertilidade disponível no solo com a necessidade nutricional da cultura específica. Daí será possível elaborar mapas regionais. Com esse apoio, essa região vai poder tomar suas decisões em cima do melhor uso de adubos e corretivos.

No nível da propriedade rural, espera-se ter um aplicativo para dispositivos móveis em dois anos. “No campo, o extensionista coleta a amostra de solo e tem o resultado da análise, ele que vai dar o receituário. Ele vai poder trocar informações por rede social ou conversar com outros profissionais ao redor, saber a média de potássio da região etc., tudo pelo aplicativo”, conclui Ronaldo.

Além de Embrapa, Seapa e Emater-MG também são parceiros no FertilizaMG a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).

 


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