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Dois terços das terras degradadas por ação humana nos países árabes são áreas agrícolas. A estimativa da FAO aponta para 70 milhões de hectares afetados na região. Desses, 46,5 milhões correspondem a terras de cultivo ou pastagens.
Esse quadro compromete a segurança alimentar. Mais de 95% da produção global de alimentos depende do solo. O uso insustentável da terra já compromete a capacidade de resposta das cadeias produtivas diante das mudanças climáticas e do crescimento populacional.
A região árabe enfrenta condições naturais desfavoráveis. Quase 80% do território é deserto. O restante sofre com escassez hídrica, salinização e tempestades de areia. A degradação torna esse cenário ainda mais frágil.
Apesar da gravidade, apenas 4% da terra nos países árabes integra programas de restauração. A FAO propõe recuperar 26 milhões de hectares de áreas de cultivo. A meta é ambiciosa: reduzir pela metade o atual déficit de produtividade de oleaginosas. Cereais, raízes e tubérculos também teriam ganhos expressivos.
O estudo usa dados do GAEZ v5 e do banco de estatísticas FAOSTAT. A análise abrange 20 países da Liga Árabe. O trabalho cruzou dados de uso do solo, produtividade agrícola, clima e manejo. Resultados mostram que 38% das áreas cultiváveis da região já estão degradadas -- mais que a média global de 31%.
Cultivos como trigo, oliva e batata concentram grande parte das perdas. Em 11 dos 19 países que produzem trigo, a diferença entre o rendimento real e o potencial ultrapassa 60%. Líbia e Somália têm os maiores déficits. Entre as oliveiras, só Egito, Iraque, Kuwait e Arábia Saudita escapam das piores categorias de produtividade.
As causas da degradação variam. Uso excessivo de fertilizantes, irrigação mal manejada e pressão urbana sobre áreas rurais lideram a lista. A média regional de uso de pesticidas por hectare supera a global. Em países como Catar e Líbano, o número chega a ser dez vezes maior.
A salinização causada por irrigação atinge pelo menos 4,2 milhões de hectares. A região também registra balanço de nitrogênio no solo superior à média mundial, o que indica excesso de insumos químicos.
Além da degradação direta, há efeitos indiretos. As tempestades de areia, cada vez mais frequentes, removem nutrientes e sementes do solo. Isso acelera a perda de produtividade e afeta diretamente a pecuária e a produção de grãos.
O relatório sugere práticas sustentáveis como solução. Sistemas agrossilvopastoris, rotação de culturas, uso de variedades tolerantes à seca e manejo hídrico eficiente integram as propostas. A FAO destaca experiências de países como Egito, que planeja restaurar 28 mil km² de terras até 2030.
Mais informações em doi.org/10.3390/agriculture15121249
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