SC Safra 2024/25: trigo registra queda de preços
Projeções da Epagri indicam uma produção menor do cereal no ciclo 2025/26
A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) solicitou ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a reavaliação do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). O pedido foi apresentado nesta terça-feira (19), durante reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Soja, realizada em Londrina (PR), que reuniu representantes do setor produtivo para debater o cenário e as perspectivas da sojicultura brasileira.
Segundo o analista de Agricultura da Famato, Alex Rosa, o Zarc é um instrumento fundamental para o planejamento agrícola, pois define as melhores épocas de plantio, reduzindo riscos climáticos e servindo como requisito para acesso ao crédito rural e ao Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). No entanto, ele destacou que a realidade de campo em Mato Grosso evidencia a necessidade de ajustes.
“O Zarc é uma ferramenta de grande relevância, mas precisa ser atualizado para refletir com mais precisão as condições agroclimáticas e as práticas de manejo adotadas pelos produtores. A Famato encaminhará ofício ao Mapa e à Embrapa oficializando este pedido”, afirmou Rosa.
O vice-presidente da entidade, Ilson Redivo, reforçou o papel estratégico de Mato Grosso na produção de soja e defendeu que políticas públicas estejam alinhadas ao perfil do estado.
“Mato Grosso é líder na produção de soja e referência mundial em eficiência produtiva e sustentabilidade. É fundamental que o Zarc esteja em sintonia com a realidade da agricultura local para dar mais precisão às decisões do produtor e manter a competitividade da cadeia”, destacou.
O encontro também abordou estimativas da safra 2024/25 e projeções para o ciclo seguinte. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta produção de 169,6 milhões de toneladas em 2024/25, com crescimento de 8,3% no esmagamento previsto para 2025, em razão do aumento do percentual de biodiesel aprovado em agosto. Para 2025/26, a expectativa é de recorde entre 175 milhões e 180 milhões de toneladas, caso o clima seja favorável.
A consultoria Agroconsult também apresentou projeções, indicando área plantada de 48,4 milhões de hectares na próxima safra, crescimento de 1,3% sobre o ciclo anterior, com produção estimada em 176,8 milhões de toneladas e produtividade de 60,9 sacas por hectare.
Representantes do setor ainda discutiram notificações sobre pragas quarentenárias, pedindo maior coordenação do Mapa no enfrentamento do problema para evitar penalizações aos produtores. Também foi destacada a importância de padronizar processos na cadeia da soja, desde o campo até a exportação, assegurando segurança e competitividade ao produto brasileiro.
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