Falta de chuvas preocupa produtores de soja do Rio Grande do Sul

08.02.2013 | 21:59 (UTC -3)
Júlio Fiori

A falta de chuvas já começa a preocupar os produtores de soja do Rio Grande do Sul. Conforme o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nessa quinta-feira (7), o clima seco e as altas temperaturas ocorridos recentemente têm ocasionado o murchamento das plantas e a queda de flores e vagens, o que poderá diminuir o potencial produtivo de algumas lavouras, principalmente aquelas implantadas em solo mais raso. As condições adversas afetam principalmente as lavouras que estão nas fases de floração e iniciando a formação das vagens, o que compreende 80% do total semeado no Estado.

Além da falta de precipitações, algumas lavouras de soja também estão sofrendo com o intenso ataque de lagartas e ácaros, o que força a continuidade das pulverizações visando ao controle dessas pragas, principalmente a lagarta-falsa-medideira (Pseudoplusia includens). Os sojicultores também encontram dificuldades para realizar os tratamentos com fungicidas e inseticidas devido à baixa umidade relativa do ar, que compromete a eficiência desses produtos. Apesar do quadro desfavorável à cultura, as lavouras, em sua grande maioria, apresentam muito bom desenvolvimento, mantendo boas as expectativas de produção e rendimento.

Já para a cultura do milho, as condições climáticas favoreceram a colheita das lavouras, que avançou de forma significativa no Estado, alcançando 30% da área. O tempo também cooperou para a ensilagem do grão. Os rendimentos das primeiras áreas colhidas estão variando, conforme a região e o nível tecnológico empregado, entre 3,6 mil e mais de 8 mil quilos por hectare, ficando, em média, ao redor dos 5 mil quilos por hectare. Nesse sentido, a umidade que retornou ao solo com as chuvas do final de semana passado, mesmo que esparsas e irregulares em seus volumes, foi essencial para as lavouras semeadas mais tardiamente, embora áreas mais declivosas e de solo raso com afloramento de rocha já apresentem redução no seu potencial produtivo.

Mesmo com a oferta da nova safra de milho, o mercado mantém-se aquecido, com boa demanda e preços firmes. Nessa semana, a saca de 60 kg teve ligeiro aumento (+0,76%) na sua cotação média em âmbito estadual, que ficou em R$ 27,98 para o produtor.

A cultura do feijão também foi beneficiada pelas condições climáticas registradas no último período, com as lavouras apresentando boa evolução e a colheita avançando de forma significativa, chegando aos 79% do total semeado no Estado. Mesmo com alguns bolsões de menor umidade ocorridos em fases anteriores - e que prejudicaram algumas áreas -, em geral, a cultura do feijão está com boas perspectivas de produção final dessa 1ª safra no Rio Grande do Sul. O resultado da safra deverá ser conhecido no final deste mês, prazo estimado para a conclusão da colheita.

A maioria das lavouras de arroz - em torno de 60% - encontra-se no período reprodutivo e apresenta bom potencial de produção. De maneira geral, as lavouras de arroz apresentam-se em boas condições. As reservas de água estão com níveis satisfatórios, sendo que muitas barragens deverão terminar o período de irrigação ainda com um bom volume de água acumulado. Com a redução das chuvas e da umidade relativa do ar, houve também a redução na incidência de doenças. A ocorrência, nas últimas semanas, de um clima mais seco e alta insolação favorece as lavouras na fase de formação dos grãos. Ainda de maneira incipiente, as primeiras lavouras começam a ser colhidas, com resultados bastante satisfatórios. Essas, no momento, representam apenas 1% do total plantado nesta safra.

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