Falta de chuvas prejudica a safra de milho no Paraná

As lavouras do Norte e Noroeste estão com produtividades baixas e há áreas totalmente perdidas; foram mais de 40 dias sem chuvas em parte do Estado

10.07.2024 | 16:02 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações do Deral

Encerrou-se nesta semana o período de mais de 40 dias sem chuvas em parte do Estado do Paraná. Onde houve precipitações, há expectativa de melhora das condições das culturas, mas os prejuízos já são contabilizados. Os trabalhos de colheita das lavouras de cana-de-açúcar evoluíram na semana anterior e estão interrompidos no momento. Já as lavouras de milho do Norte e Noroeste apresentam produtividades baixas e há áreas totalmente perdidas. Dados são do Boletim de Condições de Tempo e Cultivo do período de 02 a 08 de julho, divulgado pelo Departamento de Economia Rural (Deral). 

Milho

A colheita do milho progrediu bastante, sendo interrompida só na segunda-feira com a volta das chuvas. Com as perdas nas lavouras do Norte e Noroeste do Estado, parte dos produtores já está solicitando o seguro agrícola. Uma pequena parte do milho ainda está em enchimento de grãos, e nestas devem ser prejudicadas pela seca. No Sul, por outro lado, as produtividades devem ficar na média ou até acima desta, apesar da piora nas produtividades das áreas colhidas nesta semana. 

Cereais de inverno

Trigo: grande parte do trigo encontra-se em fase de florescimento e frutificação. Em muitas destas áreas mais adiantadas, ainda não houve chuvas significativas após o plantio. Com isso, apresentam porte reduzido, baixo perfilhamento e área foliar diminuída. Apesar das temperaturas acima da média, os pulgões estão com baixa incidência, mas há relatos constantes de lagartas. 

Também foi observada a presença de ferrugem em algumas áreas. Entre as lavouras já beneficiadas pelas precipitações, as chuvas chegaram tarde demais e o potencial produtivo foi reduzido. Entretanto, nos municípios que estão concluindo agora o plantio ou em que grande parte das lavouras está em desenvolvimento vegetativo, as condições foram mais favoráveis.

Cevada: a cultura da cevada também sofreu perdas irreversíveis com a seca nas lavouras semeadas há mais tempo, especialmente em solos arenosos ou rasos com manejo inadequado, resultando em baixo crescimento e ressecamento das folhas inferiores. Além disso, a escassez de chuva tem favorecido o aparecimento de pragas, especialmente o pulgão. A doença bruzone tem exigido dos produtores medidas de controle, e em parte das áreas já foram realizadas três aplicações.

Área cultivada e condições da cevada
Área cultivada e condições da cevada

Os produtores aceleraram o plantio dos cereais de inverno, principalmente trigo e cevada, confiando na previsão de chuvas para esta semana. Os trabalhos estão praticamente encerrados. 

Café

A colheita do café também foi brevemente interrompida pela chuva, e tem se comportado de forma diversa no Estado, apesar das condições climáticas terem favorecido o avanço até este momento. 

Mandioca

Os produtores de mandioca continuam a colheita, mas as cotações da raiz não são animadoras. A estiagem está prejudicando o plantio da nova safra, dificultando o nascimento e a brotação das manivas de mandioca nas áreas já plantadas. No momento, os produtores estão aguardando melhores condições climáticas para dar continuidade aos trabalhos.

Batata

A colheita da maior parte da batata foi finalizada com produtividade satisfatória. Nas áreas com pivôs de irrigação, a cultura está em desenvolvimento vegetativo e mantendo um bom aspecto. Os produtores estão finalizando a semeadura da cebola, enquanto as lavouras já estabelecidas continuam a ser irrigadas para garantir um bom desenvolvimento. 

Hortaliças

No cultivo de hortaliças, os produtores estão trabalhando no preparo dos canteiros, continuam a semear e colher alfaces, brócolis, couves-flores, couve manteiga, acelgas, espinafres, rabanetes, entre outros, além de realizar capina e adubação.

Em vista das últimas chuvas, os produtores estão ajustando o manejo das linhas de irrigação nos melhores horários, controlando o gotejamento nos cultivos para obter os melhores resultados.

Geadas

Para evitar maiores prejuízos, parte dos olericultores estendeu mantas de TNT sobre os cultivos. Outros relataram que, devido a previsão não indicar uma geada forte, optaram por não fazer a proteção, pois exigiria muita mão de obra. No campo, foram constatados danos superficiais nas hortaliças. Nas áreas de baixada, onde houve queima nas folhas das plantas, houve algumas perdas, mas nada significativo. 

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