Exportações do agronegócio paranaense cresceram 40,8% em volume em 2023

Os dados apresentados pelo Agrostat mostram que em valores o crescimento foi de 16,2% alcançando US$ 19,4 bilhões

19.01.2024 | 15:38 (UTC -3)
Secretaria de Agricultura
Foto: Claudio Neves
Foto: Claudio Neves

A exportação do setor agropecuário paranaense atingiu mais de 30 milhões de toneladas em 2023, ajudando a impulsionar o maior resultado da história do Paraná. Isso representa aumento de 40,8% sobre os 21,3 milhões de toneladas enviados ao Exterior no ano anterior. Em valores financeiros entraram no Paraná US$ 19,4 bilhões somente desse setor. O resultado é 16,2% superior aos US$ 16,7 bilhões de 2022.

Os números foram divulgados nesta quinta-feira (18) pelo Agrostat, plataforma do Ministério da Agricultura e Pecuária que acompanha as exportações e importações do agronegócio brasileiro. O crescimento paranaense nesse segmento foi percentualmente bastante superior ao registrado no Brasil.

Em 2022 as exportações nacionais do setor agro tinham alcançado US$ 158,9 bilhões na venda de 233 milhões de toneladas de produtos. No ano passado o volume subiu para 272 milhões de toneladas (16,7% a mais), enquanto os valores cresceram 4,8%, passando a US$ 166,5 bilhões. O agronegócio foi responsável por 49% da pauta exportadora total brasileira.

Se a exportação paranaense fosse um processo linear, com o mesmo volume a cada dia, o Estado teria exportado 82,3 mil toneladas por dia, ou 3,4 mil toneladas por hora, ou ainda 57 toneladas de produtos agropecuários por minuto.

“O Paraná tem uma identidade produtiva bem definida, ele nasceu e permanece um Estado agrícola, e aprende cada dia mais a transformar os produtos primários, agregando valor e conquistando novos mercados interna e externamente”, afirmou o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.

“Os paranaenses também aprenderam bem cedo que a prosperidade e a obtenção de mais renda dependem de boas relações comerciais, por isso contribuíram no aprimoramento das saídas para o mar, modernizaram seus portos e hoje podem comemorar crescimentos anuais e recordes nas exportações”, complementou.

O chefe do Departamento de Economia Rural (Deral), Marcelo Garrido, salientou que os números de 2023 precisam ser analisados dentro da ótica do que foi 2022. Somente na produção de soja a quebra foi de 41,5% em relação à previsão inicial de 21,2 milhões de toneladas, resultando em 12,4 milhões de toneladas. O cálculo de perdas financeiras à época foi de aproximadamente R$ 15 bilhões. 

“Aquele foi um ano muito difícil para a agricultura devido às geadas e à estiagem. No ano passado, mesmo com excesso de chuvas entre outubro e novembro, a recuperação foi significativa”, disse. A soja, por exemplo, rendeu 22,3 milhões de toneladas.

Produtos  

Nos números divulgados pelo Agrostat chama a atenção o volume de exportação do complexo soja, que em 2022 tinha colocado no Exterior 9,2 milhões de toneladas e no ano passado somou 15,9 milhões. Em recursos, crescer de US$ 5,8 bilhões para atingir US$ 8,5 bilhões.

Os cereais também tiveram boa recuperação. Enquanto em 2022 saíram 2,6 milhões de toneladas, em 2023 foram 5 milhões de toneladas. Em valores passou de US$ 875 milhões para US$ 1,3 bilhão.

Entre os principais produtos paranaenses de exportação, a maior queda ficou com o setor florestal. Enquanto tinham sido vendidos 4,1 milhões de toneladas em 2022, rendendo US$ 3,5 bilhões, em 2023 ficou em 3,5 milhões de toneladas para US$ 2,6 bilhões arrecadados.

Países 

Com uma lista ampla de produtos agropecuários, o Paraná tem um vasto universo exportador. Em 2023 os produtos do Estado chegaram a 174 países, média que tem sido mantida nos últimos anos. Os maiores valores foram para a China, que pagou US$ 6,9 bilhões aos produtores paranaenses, correspondendo a 36% de toda exportação do Estado. Esse valor é 95,2% superior aos US$ 3,5 bilhões que pagou em 2022.

A União Europeia foi o segundo maior mercado para o Paraná, com US$ 2,5 bilhões em compras e participação de 12,8%, seguido dos Estados Unidos, com US$ 910 milhões. Na outra ponta, a menor transação comercial foi com a República da Quirguízia (ou Quirguistão). Foram vendidos 3 quilos de fécula modificada ao custo de US$ 4. Logo acima veio Tuvalu, que recebeu 344 quilos de bebidas pagando US$ 359. Esses dois países ainda não tinham adquirido produtos do Paraná.

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