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De 1,7 milhão de hectares em 1996 para 134 milhões em 2009. Em 14 anos, essa foi a expansão da área cultivada com transgênicos em todo o mundo. Ao todo são 14 milhões de agricultores em 25 países, sendo 90% deles de baixa renda, concentrados, principalmente, na Índia e na China. Em um mercado global estimado em US$ 9,2 bilhões, as culturas transgênicas já ocupam 70% da área cultivada com soja, 25% de áreas destinadas ao milho e 46% das lavouras de algodão.
Esse cenário foi apresentado no último dia da programação do 28º Congresso Nacional de Milho e Sorgo na conferência “Novos eventos transgênicos: desafios e perspectivas para a agricultura brasileira” pelo pesquisador e presidente da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), Edilson Paiva. Segundo ele, a análise detalhada de 14 anos de comercialização de produtos geneticamente modificados mostra uma redução acumulada de 268 milhões de quilogramas de ingredientes ativos na agricultura, como defensivos e outros produtos químicos.
“Somente em 2008, houve redução de 34 milhões de quilogramas desses ingredientes. Isso representa um decréscimo de 18,2% no coeficiente de impacto ambiental”, analisa. As contribuições das culturas transgênicas, de acordo com Paiva, vão além dos aumentos na produtividade das culturas. “Como a tecnologia possibilita menor uso de agrotóxicos, podemos analisar melhorias na conservação da biodiversidade, redução no impacto ambiental e a melhoria das condições sociais, econômicas e de saúde dos agricultores”, interpreta.
Somente em milho, são 45 diferentes eventos transgênicos hoje existentes que conferem tolerância ao glifosato, controle da lagarta-do-cartucho, da lagarta-da-espiga e da broca-do-colmo, principais pragas que atacam a cultura. “Em um futuro próximo, teremos eventos que conferem tolerância à seca e ao calor”, adianta. Em uma conjuntura onde o Brasil acaba de ultrapassar a Argentina em área agrícola plantada com transgênicos – os EUA lideram com 64 milhões de hectares – Edilson Paiva declara que para a expansão do agronegócio brasileiro será essencial a diminuição dos conflitos de competência e as isenções ideológica e política na análise de novas liberações.
“O Brasil deve estimular os diversos nichos de mercado existentes, com pesquisas no desenvolvimento de cultivares de milho, por exemplo, para os diferentes perfis de agricultores, desde o familiar ao empresarial. Esse é um dos papéis da Embrapa. Mas, por outro lado, devemos observar que a postura radical de alguns grupos no combate à biotecnologia tem atrasado o avanço do Brasil na agricultura”, concluiu.
O 28º Congresso Nacional de Milho e Sorgo, realizado pela Embrapa Milho e Sorgo, Embrapa Transferência de Tecnologia, Unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e Universidade Federal de Goiás, acontece até a próxima quinta-feira em Goiânia/GO. A promoção é da ABMS (Associação Brasileira de Milho e Sorgo).
Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas/MG)
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