Associação dos Engenheiros Agrônomos de Londrina (PR) promove XV Reunião de Tecnologia para Produção de Soja
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Pesquisadores investigaram o risco de resistência do fungo Colletotrichum gloeosporioides ao fungicida florylpicoxamid, um inibidor de quinona recentemente desenvolvido. O fungo é o principal causador da antracnose em nogueiras (no Brasil, este fungo é causador de doenças em diversas culturas de importância econômica). O estudo estabeleceu que, embora o risco de resistência seja moderado, mutações específicas no gene CgCytb podem conferir resistência ao fungo, indicando a necessidade de monitoramento e manejo cuidadoso na aplicação do fungicida.
A pesquisa avaliou a sensibilidade inicial de 102 isolados de C. gloeosporioides ao florylpicoxamid (florylpicoxamida, CAS 1961312-55-9, FRAC 21), coletados em locais-chave de cultivo de nogueiras na província de Shannxi, China. O estudo revelou que a população selvagem do fungo não apresentava subpopulações resistentes, com um valor médio de concentração inibitória (EC50) de 0,068 μg/mL, sugerindo que o fungo não desenvolveu resistência natural ao fungicida.
No entanto, o estudo também gerou mutantes resistentes ao fungicida a partir de três linhagens parentais do fungo. Seis mutantes, com fatores de resistência superiores a 1000, foram identificados. Esses mutantes apresentaram uma queda significativa na aptidão biológica em comparação com suas linhagens parentais, o que sugere que, sob pressão contínua do fungicida, os mutantes resistentes não conseguiriam se estabelecer como população dominante.
Mutações específicas nos aminoácidos do gene CgCytb, S207L e A37V, foram identificadas como as principais responsáveis pela resistência ao florylpicoxamid. Essas mutações reduzem a afinidade de ligação entre o fungicida e a proteína alvo, o que foi confirmado por meio de análises de acoplamento molecular. Essas descobertas indicam que o risco de resistência ao florylpicoxamid é moderado e que, para evitar o surgimento de resistência, estratégias de manejo devem ser implementadas, como o uso do fungicida em rotação com outros agentes químicos.
O estudo também desenvolveu um método de detecção específico (AS-PCR) para identificar rapidamente as mutações CgCytbA37V ou CgCytbS207L em C. gloeosporioides, o que pode auxiliar no diagnóstico precoce e na prevenção da resistência em campo.
Em conclusão, enquanto o florylpicoxamid demonstra alta eficácia contra C. gloeosporioides, o risco de desenvolvimento de resistência, embora moderado, é real e requer atenção contínua. A implementação de técnicas de manejo integrado e o monitoramento da sensibilidade do fungo ao fungicida são essenciais para garantir a eficácia contínua do tratamento e a proteção das culturas de nogueira.
Informações sobre o estudo podem ser lidas em doi.org/10.1016/j.pestbp.2024.106093.
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