Estudo revela resistência de espécies de "Penicillium" a fungicidas

Estudo avaliou a resistência de 162 isolados de Penicillium a dois fungicidas pós-colheita: pirimetanil (PYR) e fludioxonil (FDL). As amostras foram coletadas em pomares de maçãs e peras nos estados de Washington e Oregon, nos EUA.

Os resultados revelaram que 40% dos isolados de espécies diversas de Penicillium expansum ("não-expansum") apresentaram resistência dupla aos fungicidas. Em comparação, apenas 9,6% dos isolados de Penicillium expansum mostraram resistência semelhante.

O gênero Penicillium inclui diversas espécies de fungos, sendo o principal agente causador do mofo-azul em frutas como maçãs e peras. Trata-se de doença que ocorre após a colheita em frutas de caroço. Realiza-se seu controle predominantemente com o uso de fungicidas.

Conforme os pesquisadores, historicamente, cinco fungicidas são utilizados no tratamento pós-colheita: captana, tiabendazol (TBZ), difenoconazol (DIF), pirimetanil (PYR) e fludioxonil (FDL). Desde a década de 2000, PYR e FDL são amplamente usados em sistemas de armazenamento, sendo fundamentais para o manejo das doenças fúngicas.

Os testes de sensibilidade realizados com os fungicidas PYR e FDL mostraram resultados diversos.

Para o PYR, o valor médio de EC50 (concentração que inibe 50% do crescimento do fungo) para P. expansum foi de 0,75 µg/mL. Para outras espécies, como P. solitum, P. palitans, P. commune, P. roqueforti e P. carneum, esses valores foram superiores, variando de 1,63 a 32,21 µg/mL.

Para o FDL, o P. expansum apresentou um valor médio de EC50 de 0,04 µg/mL, enquanto as outras espécies variaram de 0,8 a 158,1 µg/mL.

Uma porcentagem significativa das espécies "não-expansum" revelou resistência a ambos os fungicidas, sendo observada a falha de controle dos fungicidas recomendados em frutas armazenadas por cinco meses a 1,5 °C. Além disso, a investigação de genes associados à resistência, como Mdl1 e NikA, mostrou um alto polimorfismo entre os isolados de espécies "não-expansum", sugerindo que mutações específicas contribuem para a resistência observada.

Mais informações podem ser obtidas em doi.org/10.1016/j.pestbp.2024.106206