Os estoques brasileiros de suco de laranja (FCOJ equivalente a 66° Brix) em 30 de junho de 2024, período de transição entre as safras 2023/24 e 2024/25, registraram o volume de 116.710 toneladas, uma recuperação de 37,7% em relação às 84.745 toneladas existentes no mesmo período do ano anterior. No entanto, ainda é o terceiro índice mais baixo da série histórica. O levantamento foi realizado por meio de auditorias independentes junto a cada uma das empresas associadas à CitrusBR e, posteriormente, consolidado sigilosamente por auditoria externa.
A consolidação também mostrou que a produção total de suco na safra 2023/24, finalizada em junho passado, ficou em 898,6 mil toneladas, 5% a menos do que as 945,5 mil toneladas produzidas na safra anterior.
Enquanto na safra 2023/24 estima-se que foram processadas 267,9 milhões de caixas de laranjas de 40,8 quilos para membros e não membros da CitrusBR, na safra anterior o processamento alcançou 265,3 milhões de caixas de 40,8 quilos, uma diferença inferior a 1%.
A razão da diminuição da produção de suco está na degradação do chamado rendimento industrial, que é a quantidade de caixas de 40,8 quilos necessárias para a produção de uma tonelada de FCOJ equivalente a 66° Brix. Enquanto na safra 2023/24 foram necessárias 298,1 caixas para a produção de uma tonelada de FCOJ equivalente, 6,26% a mais do que as 280,6 caixas na safra anterior. “Essa diferença no rendimento industrial foi responsável por reduzir cerca de 56,3 mil toneladas de suco de laranja, o que contribui para o cenário de restrição de oferta”, diz o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto.
O cinturão citrícola de São Paulo e Minas Gerais enfrenta o quinto ciclo consecutivo de safras pequenas, consequência principalmente de períodos de seca e calor extremo. De acordo com a previsão de 216 milhões de caixas divulgada pelo Fundecitrus no último dia 10 de setembro, caso se confirme, será a menor safra dos últimos 30 anos, o que contribui para a conjuntura de restrição de oferta. “Ao observar a safra 2024/25, com uma produção 29,6% menor do que a anterior no cinturão citrícola de São Paulo e Minas Gerais, é possível prever dificuldades no fornecimento ao longo desta safra”, diz Netto.
Histórico de estoque de FCOJ equivalente, em toneladas, em 30 de junho, dos respectivos anos (em toneladas):
2024: 116.710
2023: 84.745
2022: 143.104
2021: 316.929
2020: 471.138
2019: 253.181
2018: 342.967
2017: 107.387
2016: 351.567
2015: 510.393
2014: 534.529
2013: 765.924
2012: 662.452
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