Epagri indica situação controlada da cigarrinha-do-milho em SC

Levantamento aponta média de 5,41 insetos por armadilha e confirma ausência de bactérias causadoras de enfezamentos

18.08.2025 | 17:07 (UTC -3)
Karin Helena de Moraes, edição Revista Cultivar

Levantamento realizado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e parceiros no Programa Monitora Milho SC 2025/26 indica infestação de cigarrinhas-do-milho (Dalbulus maidis) dentro do esperado nas lavouras do Estado. O estudo foi conduzido em 50 propriedades, com uma média de 5,41 cigarrinhas por armadilha. 

“Estamos no quinto ano de monitoramento, o que nos permite estabelecer parâmetros comparativos bem definidos para cada fase do cultivo. Por isso, é possível afirmar que esses valores estão dentro do esperado para o período de implantação, quando muitas lavouras ainda estão com os plantios de cobertura”, explica a pesquisadora da Epagri e do Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar (Cepaf), Maria Cristina Canale. 

Além disso, o monitoramento não detectou a presença das bactérias associadas aos enfezamentos (fitoplasma do enfezamento vermelho e espiroplasma do enfezamento pálido). Maria Cristina salienta que “essa é uma boa notícia, já que as bactérias são bastante agressivas nesta fase”. No entanto, foi identificada a presença do vírus do rayado-fino em amostras coletadas nas cidades de Mafra, Bom Jesus do Oeste e Tunápolis. A recomendação é que os produtores realizem o manejo inicial da lavoura com inseticidas químicos, complementando com produtos biológicos sempre que possível.

O programa Monitora Milho SC coleta e divulga semanalmente informações de todo o Estado, permitindo que o setor produtivo acompanhe a evolução da população de cigarrinhas e as infecções causadas por esses insetos. A iniciativa foi iniciada em 2021, com foco em acompanhar a situação das lavouras e prevenir que o ataque de cigarrinhas infectadas comprometa a produção de milho estadual. 

Aplicativo apoia agricultores 

No aplicativo Epagri Mob, disponível para download gratuito, os produtores e técnicos catarinenses podem acompanhar a incidência da cigarrinha-do-milho em Santa Catarina para tomar decisões mais precisas sobre o manejo. Essa ferramenta também apresenta informações sobre a infectividade da cigarrinha com os patógenos do complexo do enfezamento: fitoplasma do enfezamento vermelho, espiroplasma do enfezamento pálido e vírus-da-risca.

Para Maria Cristina, as informações geradas pelo monitoramento são fundamentais para a convivência da agricultura com a cigarrinha e as doenças transmitidas por ela. “Embora os enfezamentos já sejam conhecidos no país há algumas décadas, nós observamos que os surtos ocasionados por esses problemas têm sido bastante frequentes em todas as regiões produtoras do Brasil. Então é necessária a convivência do setor produtivo com o problema a partir de agora, inclusive aqui em Santa Catarina, com a participação ativa de todos os produtores envolvidos com a produção de milho, no manejo integrado regionalizado”, conclui.

As informações sobre o Programa Monitora Milho SC podem ser acessadas no Epagri Mob. Para isso, basta acessar a tela inicial, clicar no ícone “Informações Ambientais” e, em seguida, no link Monitora Milho SC. Nessa área, é possível encontrar os boletins atualizados e observar o nível populacional da cigarrinha-do-milho em diferentes regiões catarinenses.

Os usuários também têm acesso a outras publicações, tecnologias, unidades da Epagri, previsão do tempo, monitoramento do frio e informações sobre doenças em videiras e maçãs. 

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