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Os produtores mato-grossenses estão preocupados com a demora na entrega de fertilizantes e sementes. A situação é decorrente de greve nos portos e da logística falha e pode prejudicar o início efetivo da safra 2012/13. As primeiras chuvas estão caindo e muitos não têm insumos para começar o plantio. “A situação está crítica. Alguns produtores não têm um quilo de adubo na fazenda”, informou o coordenador da comissão de Gestão da Produção da Aprosoja, Naildo Lopes.
A greve dos servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi o estopim para o efeito cascata que agora culmina no atraso da entrega de produtos. Mas, além da greve, a incerteza em relação à nova lei que regula a jornada dos caminhoneiros também impactou no aumento do preço do frete. “O transporte aumentou muito e agora alguém terá que arcar com o ônus, pois o produtor já pagou para receber o produto na sua fazenda”, afirmou Lopes.
O vice-presidente da Aprosoja na região Oeste, Alex Utida, contou que teve problemas para transportar os insumos. “Comprei para retirar no porto, mas mesmo assim não conseguicaminhões suficientes para chegar à minha fazenda”, disse. Ele começou o transporte de quatro mil toneladas de adubo em abril e só terminou há poucos dias antes de começar a plantar.
O Brasil importa 50% do fósforo, 75% do nitrogênio e 90% do potássio usados como matéria-prima para os fertilizantes. Segundo Lopes, estes materiais chegam ao país pelos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR) e vem até Rondonópolis, onde ficam as indústrias misturadoras. “Mais uma vez percebemos como a logística é ineficiente”, ressaltou.
– O coordenador alerta também para a possível falta de sementes para os produtores iniciarem efetivamente a safra 2012/13. “As filas nas sementeiras também estão grandes para embarcar os produtos”, afirmou. De acordo com Naildo Lopes, mas alguns problemas para ensacar as sementes e despachar via caminhão estão emperrando a entrega.
E, para agravar, o produtor não pode estocar a semente na propriedade porque precisa estar refrigerada. “Não tem como comprar com um mês de antecedência, por exemplo. A semente é o único ser vivo usado no plantio e a alta temperatura faz com que reduza o poder de germinação”, explicou Naildo. Mais uma vez a falta de logística está atrapalhando. “As sementeiras ficam todas na mesma região do estado, o que complica a entrega”, disse.
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