Até pouco tempo percebidos como pó de rocha e utilizados como adubo, os minerais extraídos das jazidas de fósforo e potássio receberam novas rotas tecnológicas e estão sendo desenvolvidos como remineralizadores e também como fertilizantes graças a sua eficiente atuação no solo e comprovado aumento na produtividade. Eles receberam, em 2016, o reconhecimento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que normatizou produção, registro e comércio. Assim, um dos processos de fertilização do solo mais antigos reacendeu a possibilidade de utilização de fontes minerais diferenciados como uma alternativa para a diminuição, ao menos em parte, da dependência do país destes insumos tão fundamentais para as plantações, garantindo a boa produtividade das lavouras.
O engenheiro agrônomo e gerente agronômico e comercial da Yoorin Fertilizantes, Yuji Ieiri, explica o desenvolvimento desse tipo de produto e analisa o processo de rochagem como uma oportunidade. "A prática de rochagem é muito comum na agricultura brasileira através da aplicação de calcário para correção da acidez do solo e fosfatos naturais para fertilização. A grande dependência do país, principalmente no fertilizante potássico justifica a necessidade de novas frentes de pesquisas minerais para o uso de fontes alternativas de rochas potássicas em substituição ou associados às fontes comumente utilizadas. Com o desenvolvimento de novas técnicas e a demanda crescente, esse tipo de produto passou a ser trabalhado pela indústria transformado-os em fertilizantes. O fonolito, uma rocha potássica silicatada, vem apresentando respostas em produtividade equiparáveis às fontes convencionais com a vantagem de ser explorado em jazidas nacionais", explica.
Após ser adquirida pelo grupo Mineração Curimbaba, a Yoorin Fertilizantes utilizou o processo de moagem de rocha potássica silicatada para a produção de um fertilizante que não utiliza nenhum processo químico para obtenção do produto final. Essa rocha tem de origem vulcânica e é obtida no Planalto de Poços de Caldas, em Minas Gerais, em uma jazida da empresa. Devido a não utilização de processos químicos, o produto conquistou a certificação como insumo aprovado para uso em agricultura orgânica pelo IBD, com excelentes resultados comprovados por pesquisas realizadas em parcerias com importantes instituições, como a Universidade Estadual Paulista - Unesp.
"É necessário ressaltar que o fertilizante proveniente do processo de rochagem é altamente eficaz e segue as metodologias necessárias em sua produção para garantir a alta qualidade no produto final. Seguem critérios nas pesquisas de eficiência agronômica estabelecidos pelo Ministério da Agricultura para classificação como fertilizante", pontua Yuji. Além disso, "as características de liberação gradual diminuem as perdas por lixiviação otimizando o custo e a produtividade, fornecendo os nutrientes na medida que as plantas necessitam".
Outra vantagem é a contribuição para a diminuição da dependência externa de fertilizantes. Atualmente, o Brasil importa aproximadamente 50% do fósforo e 90% do potássio que são utilizados na agricultura, fato relevante, uma vez que as produções agrícolas brasileiras tem crescido ano após ano.
Benefícios do produto a base de potássio silicatado:
Utiliza fontes de rochas naturais nacionais – Contribuindo na lacuna da dependência externa;
Produto que não é salino quando comparado às fontes convencionais – Uma alta salinidade pode ser prejudicial às plantas;
Liberação gradativa – Diminuindo as perdas por lixiviação e melhorando o aproveitamento dos nutrientes;
Gama de micronutrientes – Além do Potássio e do Silício, o fertilizante possui nutrientes como Cálcio, Magnésio, Boro, Zinco, Manganês, além de outros microelementos que podem caracterizar o processo de remineralização e ativação microbiológica do solo.