Embrapa lança a BRS Karajá, terceira cultivar de amoreira-preta sem espinhos

Os frutos da nova cultivar têm sabor menos amargo, uma característica que pode impulsionar sua aceitação no mercado

27.08.2024 | 10:27 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações da Embrapa
BRS Karajá - Foto: Rodrigo Franzon
BRS Karajá - Foto: Rodrigo Franzon

A Embrapa lança a BRS Karajá, sua terceira cultivar de amoreira-preta sem espinhos, destacando melhorias na eficiência da colheita e poda em comparação com as variedades com espinhos. A nova variedade promete um aumento na eficiência das operações agrícolas, reduzindo o tempo necessário para os tratos culturais e melhorando as condições de trabalho no campo. Além disso, os frutos da nova cultivar têm sabor menos amargo, uma característica que pode impulsionar sua aceitação no mercado.

Maria do Carmo Bassols Raseira, coordenadora do programa de melhoramento genético em amoreira-preta da Embrapa Clima Temperado (RS), explica que a BRS Karajá destaca-se não apenas pela ausência de espinhos, mas também pelo perfil sensorial dos frutos.

"A acidez e o amargor são inferiores aos das cultivares sem espinhos anteriormente lançadas, como a BRS Xavante, o que agrega mais valor ao mercado", afirmou Raseira. A cultivar é recomendada tanto para consumo fresco quanto para processamento e congelamento, atendendo a diferentes segmentos do mercado.

O pesquisador Carlos Augusto Posser Silveira, também da Embrapa, ressalta que a ausência de espinhos na BRS Karajá pode ter um impacto significativo na qualidade da fruta e na eficiência da colheita.

“A colheita pode ser realizada com maior agilidade, sem os danos causados pelos espinhos, e com menor necessidade de mão de obra. Isso permite colher em horários mais adequados, evitando o calor excessivo e minimizando o risco de lesões nos trabalhadores”, explicou Silveira. Embora ainda não haja dados específicos, Silveira acredita que a condução e a poda das plantas também serão facilitadas pela ausência de espinhos, otimizando as práticas agrícolas.

Origem e características da BRS Karajá

A BRS Karajá é resultado de um processo de melhoramento genético iniciado em 2003, com a realização de um cruzamento entre as cultivares norte-americanas Brazos e Arapaho. A cultivar foi testada como seleção Black 223 e, em 2006, as sementes foram plantadas no campo experimental da Embrapa Clima Temperado. A planta é de crescimento ereto, com hastes primárias e secundárias sem espinhos. A floração ocorre entre setembro e outubro, com flores grandes e brancas que apresentam matizes rosáceos.

A colheita da BRS Karajá começa geralmente na segunda semana de novembro e se estende até o final de dezembro, precedendo as colheitas das cultivares BRS Tupy e BRS Xavante. Em condições experimentais sem irrigação, a produção média foi de 1,5 kg por planta. No entanto, em experimentos com irrigação e suporte às plantas, a produção média nos três primeiros anos foi de 2,73 kg por planta, totalizando 54,67 toneladas por hectare.

Foto: Maria do Carmo Bassols Raseira
Foto: Maria do Carmo Bassols Raseira

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