Embrapa e SEAPDR disponibilizam Boletim com efeito das condições meteorológicas sobre safra da uva na Serra Gaúcha
Pesquisador Henrique Pessoa fala sobre os efeitos da estiagem na viticultura
12.01.2022 | 14:27 (UTC -3)
Embrapa
Mais uma vez, o fenômeno La Niña esteve presente na primavera e no verão e segue influenciando a safra da uva na Serra Gaúcha, com chuvas abaixo da média e a ocorrência de altas temperaturas durante o dia, mas com noites amenas. Em relação à falta de chuvas, os especialistas destacam que, em função da grande diferença entre as propriedades, os tipos de solo e as condições de cada vinhedo, a qualidade enológica da uva nessa safra também poderá ser variada. É o que aponta a edição de janeiro do Boletim Agrometeorológico da Serra Gaúcha , produzido por pesquisadores da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) e da Embrapa Uva e Vinho.
Segundo a pesquisadora da SEAPDR Amanda Junges, os valores de precipitação pluvial (chuva) em novembro e dezembro foram muito abaixo das médias históricas. “Em novembro, em Veranópolis, choveu 61 mm e, em Bento Gonçalves, apenas 38 mm, o que correspondeu, respectivamente, a 44% e 27% das médias históricas. Em dezembro, novamente os valores foram baixos, com 56 mm em Veranópolis e 31 mm em Bento Gonçalves (41% e 21,5% das médias)”, destaca Amanda. Além de descrição detalhada das condições meteorológicas ocorridas no trimestre outubro-novembro-dezembro, essa edição do Boletim Agrometeorológico, apresenta um resumo dos dados registrados em 2021 pelas estações meteorológicas de Veranópolis (CEFRUTI/DDPA/SEAPDR) e de Bento Gonçalves (Embrapa Uva e Vinho/INMET).
O pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Henrique Pessoa dos Santos, reforça a importância de produtores e técnicos analisarem os vinhedos prejudicados pela falta de chuvas e realizarem ações que garantam maior disponibilidade hídrica às videiras, tais como a manutenção da cobertura do solo, a redução da carga de frutas e da superfície foliar e o investimento em sistemas de irrigação. ¨Cada parreiral é único em função do solo, da profundidade das raízes e das condições da planta. É importante não apenas garantir essa safra, mas a sobrivivência e a sanidade da parreira¨, destaca.
No aspecto fitossanitário, em função do prognóstico climático dos próximos meses indicar chuvas próximas à média em janeiro, o pesquisador Lucas Garrido recomenda a aplicação de produtos à base de cobre para proteção das brotações da videira, que são facilmente infectadas pelo agente causal do míldio. Além dessa doença, ele recomenda que o produtor deve atentar também para os tratamentos preventivos para o controle das podridões do cacho (Botrytis e Glomerella), utilizando fungicidas registrados ou mesmo produtos à base de Bacillus. “Os produtores também devem considerar práticas como desponte e poda verde para o controle mais efetivo das doenças e melhor cobertura pelo produto utilizado¨, orienta Garrido.
Estas e demais recomendações sobre o manejo dos vinhedos podem ser obtidas no Boletim Agrometeorológico da Serra Gaúcha Edição Janeiro de 2022. Essa edição apresenta um resumo das condições meteorológicas de 2021 e descreve a precipitação pluvial e as temperaturas do ar registradas no trimestre outubro-novembro-dezembro de 2021 pelas estações meteorológicas de Veranópolis (CEFRUTI/DDPA/SEAPDR) e de Bento Gonçalves (Embrapa Uva e Vinho/INMET), bem como o prognóstico climático para o trimestre janeiro, fevereiro e março de 2022. A publicação está disponível gratuitamente na página das duas instituições.
Sobre a publicação
Divulgado desde agosto de 2020, o Boletim Agrometeorológico da Serra Gaúcha é uma parceria entre Embrapa Uva e Vinho e a SEAPDR. A edição de Janeiro de 2022 tem como autores Amanda Heemann Junges do DDPA-SEAPDR, Henrique Pessoa dos Santos e Lucas da Ressurreição Garrido, da Embrapa Uva e Vinho.
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