El Niño influencia previsão climática para os próximos três meses

Há chances de o fenômeno prolongar-se até a primavera; sua intensidade variará entre moderada e forte

07.07.2023 | 17:09 (UTC -3)
Cultivar, com informações INMET
Previsão de anomalias de (a) precipitação e (b) temperatura média do ar do multi-modelo INPE/INMET/FUNCEME para o trimestre JAS/2023
Previsão de anomalias de (a) precipitação e (b) temperatura média do ar do multi-modelo INPE/INMET/FUNCEME para o trimestre JAS/2023

No Boletim Agroclimatológico do INMET, publicado hoje, consta que as condições de El Niño permanecerão durante o inverno. Há chances de o fenômeno prolongar-se até a primavera (probabilidade superior a 90%). Sua intensidade variará entre moderada e forte. Essas conclusões baseiam-se em informações do APEC Climate Center (APCC), centro de pesquisa sediado na Coréia do Sul.

Para os próximos três meses, a previsão por regiões é a seguinte...

• Região Norte: predomínio de chuvas abaixo da média climatológica em grande parte da região. No Amapá e norte de Roraima, a previsão é de chuvas próximas e ligeiramente acima da média durante o trimestre. A previsão do balanço hídrico para os próximos meses indica que os maiores níveis de água no solo se concentrarão sobre o extremo norte da região, principalmente em áreas do noroeste do Amazonas e em Roraima, com valores acima de 90%. Nas demais áreas, há previsão de redução do armazenamento, chegando a valores menores que 10% em áreas do sul do Pará, em Rondônia e no Tocantins em agosto e setembro.

• Região Nordeste: chuvas abaixo da média em quase toda a região, mas principalmente no noroeste do Maranhão e no leste dos Estados da Paraíba e Pernambuco. No interior nordestino, as chuvas devem ser próximas e ligeiramente acima da média. Em áreas do Matopina e do Semiárido Nordestino, a previsão de redução das chuvas poderá afetar negativamente os níveis de água no solo em todos os meses, chegando a valores inferiores a 10%. Já em áreas da costa leste da região, incluindo áreas do Sealba, a previsão indica manutenção da umidade do solo em grande parte do trimestre, principalmente nos meses de julho e agosto.

• Região Centro-Oeste: tendência de precipitação ligeiramente abaixo da média histórica. Em grande parte da região, com exceção de áreas do sul de Mato Grosso do Sul, o modelo indica redução do armazenamento hídrico, chegando a valores menores que 30% em praticamente todo o trimestre. Essa condição poderá afetar as culturas agrícolas de segunda safra e de inverno que estiverem em estádios fenológicos sensíveis ou sob deficiência hídrica, principalmente em áreas de Goiás e norte de Mato Grosso.

• Região Sudeste: chuvas abaixo da média histórica em toda a região. Porém, não se descarta a ocorrência de chuvas próximas ao litoral sul da região devido aos possíveis avanços de sistemas frontais. A redução das chuvas poderá afetar negativamente os níveis de água no solo, causando impactos às culturas de segunda safra e de inverno. Já em áreas do sul de São Paulo, a previsão indica manutenção dos níveis de água no solo, com valores maiores que 50% nos três meses.

• Região Sul: predomínio de chuvas próximas e acima da média climatológica nos próximos meses no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. No Paraná, a previsão é de chuvas abaixo da média climatológica. A previsão de chuvas dentro ou acima da média em grande parte das áreas, associada à diminuição das temperaturas durante o inverno, poderá contribuir para a manutenção dos níveis de água no solo, com valores superiores a 80%, e beneficiar os cultivos de inverno que se encontrem em desenvolvimento reprodutivo.

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