Dia de campo ocorre em área de algodão com o DNA da Unoeste

Estudantes são protagonistas de atividade extensionista junto a experimento de grande potencial produtivo: cerca de 300@/ha

08.05.2024 | 14:16 (UTC -3)
Emerson Sanchez
Foto: Homéro Ferreira
Foto: Homéro Ferreira

Atividade extensionista no Dia de Campo da Cultura do Algodão gera vários benefícios para estudantes de Agronomia. Realização que compõe ações do diferencial da Unoeste na condição de segunda  melhor instituição de ensino superior do estado de São Paulo e 11ª do Brasil, em avaliação do Ministério da Educação.  A realização, orientada e conduzida pelo professor e coordenador da Pós-Graduação em Agronomia, Fábio Rafael Echer, ocorreu nesta semana, na Fazenda Experimental; em área de algodão com o DNA da Unoeste, que é de grande potencial produtivo, estimado em cerca de 300 arrobas por hectare.

Manejo e técnicas trabalhados em pesquisas ao longo dos últimos nove anos e que resultam em um dos melhores algodões da região oeste paulista, cuja cultivo atual ocorre em área de 2º ano de algodão em sistema de Integração Lavoura Pecuária (ILP), tendo intercalado soja, milho e braquiária desde 2016. No cultivo, plantado no final do ano passado e prestes a ser colhido, foi utilizada irrigação com pivô central, com aspersores acoplados em extensa estrutura de aço que se movimenta em pneus grandes. Foi nesse ambiente que ocorreu a atividade com o protagonismo dos estudantes, diante do propósito de desenvolverem competências e habilidades.  

Capacidade e liderança

O professor Fábio explica que a estruturação se deu na disciplina de Culturas Agrícolas 3, da qual o algodão faz parte. Mediante a exposição da proposta, os alunos foram divididos em grupos, por sorteio. Medida com o propósito de saírem da zona de conforto de grupos formados por afinidade e trabalharem com colegas que acabam tendo menos contato. Isso no sentido de entenderem melhor o mercado de trabalho, no qual as tarefas coletivas são realizadas sem processos de escolhas pessoais. Em grupos aleatórios, precisam testar capacidades, como a de escolha de liderança para tomar a frente da negociação de como será o trabalho e as divisões de tarefas.

Outro aspecto importante, conforme o professor, esteve voltado ao desenvolvimento da comunicação verbal que é muito presente na vida profissional do engenheiro agrônomo, nas relações com produtores e em eventos de empresas, com conteúdos técnicos ou comerciais. Sendo assim, o Dia de Campo da Cultura do Algodão serviu como exercício para a vida prática. Os estudantes apresentaram dados de pesquisas para os colegas de turma, aos estudantes de mestrado e doutorado e à convidada externa engenheira agrônoma Bianca Sekiya, supervisora de pesquisa da empresa Fachokli Sementes e Nutrição. Foram apresentações técnicas. 

Alinhamento com o mercado

As cinco estações instaladas no meio do algodoal foram sobre fertilidade do solo, regulador de crescimento, manejo integrado de pragas, principais doenças e desfolhantes e maturadores. Ao final, outra atividade prática foi conduzida por mestrandos e doutorandos, sobre estimativa da produtividade através da contagem e pesagem de capulhos de algodão. “Toda parte técnica também foi importante por exigir que os alunos fossem atrás, que pesquisassem, que entrassem em contato com pesquisadores e produtores do Mato Grosso, para ver o que está sendo feito em outras regiões em relação ao manejo de pragas e doenças”, explica Echer.

“Isso permitiu que expandissem o networking, conhecendo pessoas, mesmo que a distância, para obter informações e confrontar aquilo que está escrito nos livros e dessa forma fazer uma atualização”, diz em referência de que o campo é mais dinâmico que a literatura. “A gente trabalha com sistema biológico que está em constante mudança e transformação e os produtores precisam se adaptar mais rapidamente. Muitas têm coisas que estão acontecendo no campo e ainda não estão nos livros, nos manuais. Isso é fundamental. Quando terminarem os estudos, seja graduação ou pós, estarão alinhados com o mercado de trabalho”, pontua.

Ganho muito positivo

Na condição de protagonistas da atividade extensionista, os estudantes fizeram de tudo, incluindo, além da busca de dados e estudos, a produção de flipcharts, instalações das barracas de cada estação, solicitação da roçagem do espaço, abastecimento de água e oferta de refrigerante, entre outros detalhes que exigem planejamento e gestão.  “Nós fomos indicando e supervisionando. Eles foram executando”, comenta Echer para afirmar que o ganho foi muito positivo. O estudante da graduação Sérgio Ferreira da Silva Filho concordava com esta afirmação ao dizer que foi importante colocar em prática o conhecimento em forma de exposição para outras pessoas.

O mestrando Adenilson José de Souza comenta que o aprendizado na graduação é aperfeiçoado na pós-graduação, incluindo a comunicação verbal. Sobre a área onde a atividade foi realizada, conta que o experimento é do Grupo de Estudos do Algodão (GEA), cuja colheita será feita com maquinário assim que caírem as folhas com a aplicação de desfolhante. A doutoranda Ana Flávia de Souza Rorato entende as atividades práticas como muito enriquecedoras, por sempre oferecer “uma coisa ou outra de conhecimento a mais”. Após cada apresentação, Echer fez apontamentos e apresentou complementos dados.

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

LS Tractor Fevereiro