Desafios da agricultura tropical

11.09.2009 | 20:59 (UTC -3)

O seminário internacional “Os Desafios da Agricultura Tropical” será realizado terça-feira (15/09), a partir das 9h30, na sede da FAPESP, em São Paulo.

Realizado pela FAPESP e pela Fundação Bunge, o evento integra o Prêmio Fundação Bunge 2009. Os professores João Lúcio Azevedo e Carlos Eduardo Pellegrino Cerri, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), foram os vencedores do prêmio na área de Agricultura Tropical, nas categorias Vida e Obra e Juventude, respectivamente.

Azevedo e Cerri realizarão apresentações no seminário. O primeiro falará sobre influências de microrganismos na agricultura. “Especialmente fungos e bactérias podem causar grandes danos às culturas agrícolas, com estimativas de até 30% de perdas nos trópicos, mas há efeitos positivos, como a fixação biológica do nitrogênio atmosférico por bactérias em leguminosas, que substitui a aplicação de adubos nitrogenados”, exemplifica.

Cerri fará palestra sobre redução da emissão de gases de efeito estufa na agricultura tropical e o uso de práticas mais conservacionistas de manejo agrícola, como o plantio direto e fertilização mais racional. Segundo ele, o seminário será uma importante oportunidade de discutir a agricultura não apenas como atividade responsável pela produção de alimentos, mas também pela energia e por questões ambientais relacionadas aos biocombustíveis.

Azevedo é coordenador de microbiologia do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) e membro da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Formou 95 mestres e 68 doutores, muitos dos quais com bolsas da FAPESP, tendo coordenado diversos projetos de pesquisa com apoio da Fundação.

Entre suas contribuições científicas destaca-se o desenvolvimento de um processo para isolamento e purificação do fungo Guignardia citricarpa e do kit de diagnóstico para detecção de fungo patogênico e endofítico de cítricos. Entre as distinções que recebeu destacam-se a Ordem Nacional do Mérito Científico e Tecnológico. É membro titular da Academia Brasileira de Ciências.

Cerri é professor do Departamento de Ciência do Solo da Esalq. Foi bolsista da FAPESP de Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado. Recebe atualmente apoio da Fundação no âmbito do Programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes.

Tem se dedicado ao estudo das mudanças climáticas globais, da dinâmica da matéria orgânica do solo sob o clima tropical, da variabilidade espacial de atributos do solo e da matemática aplicada à ciência do solo.

Rodolfo Augusto Sánchez, engenheiro agrônomo da Universidade de Buenos Aires, será outro participante do seminário, que terá como debatedores Adalberto Luis Val, pesquisador na área de Ecologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e Eliseu Roberto de Andrade Alves, engenheiro agrônomo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Prêmio

Para o Prêmio Bunge, antigo Prêmio Moinho Santista, não há inscrições e os concorrentes são indicados por um júri. Criado há 54 anos para incentivar a inovação em várias áreas do conhecimento, nesta edição o prêmio anunciou também dois ganhadores em Pintura: Regina Silveira, na categoria Vida e Obra, e Rodrigo Cunha, na categoria Juventude.

A premiação será realizada no dia 16 de setembro, na Sala São Paulo. Os vencedores da categoria Vida e Obra receberão R$ 100 mil cada um, além de diplomas e medalhas. Já na categoria Juventude cada um dos escolhidos receberá R$ 40 mil, além de diplomas e medalhas.

“Com uma população de 9 bilhões de habitantes, dois terços vivendo em aglomerados urbanos, o mundo precisará duplicar a produção de alimentos até 2050. Esse aumento deverá ser conciliado com a preservação dos biomas e com a redução drástica de emissões de gases de efeito estufa para que o aumento da temperatura média global seja mantido abaixo de 2°C”, disse Jacques Marcovitch, presidente do conselho administrativo da Fundação Bunge e professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, ao destacar a importância das discussões que ocorrerão durante o seminário na sede da FAPESP.

“Levando em conta essas dimensões, assim como os eventos extremos e as catástrofes naturais que têm afetado importantes regiões produtoras de alimentos, quais os desafios a serem enfrentados pela agricultura tropical nas próximas décadas? Como a pesquisa pode contribuir para responder a esses desafios?”, questiona.

Programa do seminário:

9h30 – Credenciamento

10h – Abertura

10h20 – Apresentações:

* Carlos Eduardo Pellegrino Cerri – Premiado Fundação Bunge Juventude – Agricultura Tropical

* Rodolfo Augusto Sánchez – Professor da Universidade de Buenos Aires

* João Lúcio de Azevedo – Premiado Fundação Bunge – Agricultura Tropical

11h30 – Considerações dos debatedores:

* Adalberto Luis Val – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa)

* Eliseu Roberto de Andrade Alves – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)

12h – Perguntas do plenário

12h30 – Encerramento

O evento terá tradução simultânea. A FAPESP fica na rua Pio XI, 1500 – Alto da Lapa – São Paulo – SP. Sugestão de estacionamento: Taticar, R. Jorge Americano, 89.

Inscrições:

Mais informações:

ou (11) 3838-4006 / 3838-4216.

Fonte: Agência FAPESP –

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