Dados históricos do Cefruti auxiliam no cultivo de frutíferas de clima temperado na Serra gaúcha
Boletim Técnico 12 marca o início da celebração dos 105 anos da Pesquisa Agropecuária Gaúcha
20.06.2024 | 13:47 (UTC -3)
Elaine Pinto
A definição da climatologia, da variabilidade e das tendências das horas de frio acumuladas em Veranópolis, no Rio Grande do Sul (RS), a partir de uma série histórica de dados de mais de 60 anos, é o tema do Boletim Técnico 12 - "Climatologia das horas de frio em Veranópolis: análise do banco de dados do Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Fruticultura (Cefruti).
A publicação, editada pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDPA/Seapi), marca o início da celebração dos 105 anos da Pesquisa Agropecuária Gaúcha. Fundado em 1919, o Cefruti é a estação experimental agrícola mais antiga do Rio Grande do Sul.
O boletim técnico traz a climatologia das horas de frio (HF) em Veranópolis, baseada no banco de dados do centro de pesquisa, que possui uma série histórica de longo prazo, com mais de 60 anos.
“As horas de frio correspondem ao número de horas em que a temperatura do ar permanece menor ou igual a 7,2°C. O acúmulo destas horas durante o período de outono-inverno é fundamental para que frutíferas de clima temperado, como pereiras, pessegueiros, videiras e kiwizeiros, superem o estado de dormência, ou seja, iniciem a brotação e um novo ciclo produtivo”, explica a pesquisadora Amanda Junges, um dos autores da publicação.
A partir dos dados históricos do Cefruti, foram calculadas as médias e demais estatísticas que definem o comportamento das horas de frio. “Essas informações vão auxiliar técnicos e produtores rurais na escolha de espécies ou cultivares mais adaptadas à região, bem como contribuir para um maior entendimento acerca da disponibilidade de frio hibernal”, completa a pesquisadora.
A publicação tem por objetivo disponibilizar informações relevantes acerca do clima à comunidade local e regional, valorizando o banco de dados meteorológicos do Cefruti e mostrando a importância de se continuar investindo na manutenção de estações meteorológicas.
“Somente com a coleta, registro e análise dos dados meteorológicos é que podemos ampliar nosso conhecimento sobre as variáveis climáticas e a relação destas com a produção agropecuária”, complementa Amanda.
Para o diretor do DDPA, Caio Efrom, o momento atual do Rio Grande do Sul evidencia a importância de celebrar os 105 anos da Pesquisa Agropecuária Oficial do Estado.
“Mesmo diante das adversidades que estamos enfrentando em função da crise climática, as pesquisas seguem sendo realizadas e os resultados, entregues à sociedade gaúcha”, conclui.
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