Cultivo do trigo é implantado no Rio Grande do Sul

Cultivo da cultura iniciou nas regiões de Frederico Westphalen, Santa Maria, Santa Rosa, Soledade, Ijuí e Bagé

05.06.2020 | 20:59 (UTC -3)
Adriane Bertoglio Rodrigues/Emater/RS-Ascar

O cultivo do trigo iniciou nas regiões de Frederico Westphalen, Santa Maria, Santa Rosa, Soledade, Ijuí e Bagé. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na quinta-feira, 4 de junho, em parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), na região administrativa de Frederico Westphalen as áreas já semeadas estão em germinação e desenvolvimento vegetativo. O plantio se intensificará na primeira quinzena de junho e a expectativa é de aumento de 15% da área de cultivo em relação à safra passada. Na de Santa Maria, os produtores estão confiantes para uma primavera com menos chuva e à cotação atrativa do preço do trigo. Na regional de Santa Rosa, o plantio já atinge 80,7 mil hectares e as lavouras semeadas estão com boa e uniforme germinação, com bom estande. A produtividade média esperada é de 3.070 quilos por hectare. Na de Soledade, as áreas estão em início de semeadura, favorecida pelo retorno das condições de umidade do solo com as precipitações ocorridas na semana, contribuindo para a boa germinação. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, o plantio avançou para 30 mil hectares. As lavouras implantadas apresentam germinação rápida, com estabelecimento inicial satisfatório, conferindo uma boa formação das lavouras. Na de Bagé, na Fronteira Oeste e Campanha, a semeadura foi intensificada devido às adequadas condições do tempo e de umidade do solo, com expectativa de incremento de área.

Nas regionais da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, Erechim e Passo Fundo, segue intenso o preparo das áreas para o cultivo do trigo. Em Caxias do Sul, a semeadura inicia em junho, com maior concentração em julho; a perspectiva é de acréscimo de 20% da área plantada em relação à da safra passada, principalmente em Muitos Capões, Vacaria e Esmeralda, que juntos correspondem a 81% da área da região. Na de Erechim, os produtores preparam as áreas e adquirem os insumos para o plantio. Há previsão de aumento de área diante da expectativa de preços favoráveis e pelo fato de que produtores tentam compensar as perdas ocorridas nas culturas de verão. Na de Passo Fundo, produtores se organizam para o plantio no período entre 10 de junho e 10 de julho, com previsão de aumento de 30% área de plantio em relação a 2019.

Nas regionais da Emater/RS-Ascar de Ijuí e Santa Rosa, é intenso o ritmo de implantação da cultura da canola. Na de Ijuí, os cultivos foram totalmente implantados, com as lavouras apresentando boa emergência, uniformidade de plantas e boa densidade. Diante das condições satisfatórias de umidade no solo na regional de Santa Rosa, a semeadura das lavouras avançou durante o início da semana e já alcança 10.450 hectares. As lavouras se encontram com germinação uniforme e muito bom aspecto.

Na cevada, iniciaram os plantios nas regionais de Erechim e de Ijuí. Na de Erechim, há expectativa de manter a área plantada em 2019. Na de Ijuí, já foram implantados durante a semana 1.460 hectares. A emergência ainda não iniciou na cultura.

Aveia branca

Na regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí, durante a semana a semeadura foi intensificada, aproveitando o período recomendado pelo zoneamento de risco climático para a região, encerrado em 31 de maio. Nos próximos dias, produtores finalizam a implantação de algumas áreas. As lavouras implantadas apresentam boa emergência, uniformidade e rápido desenvolvimento inicial. Em Santo Augusto, com tradição no cultivo da aveia branca, a semeadura foi realizada mais cedo, e as plantas iniciam o estádio reprodutivo com o alongamento do colmo e surgimento das primeiras panículas.

Culturas de verão

Milho

Apesar das precipitações de baixa intensidade na semana, a predominância de tempo seco permitiu avanços na colheita que chegou a 97% dos cultivos. Seguem ocorrendo no Estado as solicitações de vistorias de Proagro nas lavouras que utilizam a política de crédito rural. Até a última terça-feira (02/06) foram realizadas 6.445 vistorias de Proagro em lavouras de milho por técnicos da Emater/RS-Ascar. Em culturas e hortigranjeiros, já foram realizadas 18.238 vistorias; os números vêm sendo contabilizados desde 01 de dezembro de 2019, por conta dos danos devido à estiagem.

Nas regiões administrativas da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, Frederico Westphalen e Ijuí, a colheita do milho está encerrada, com produtividade média de 7.082 quilos por hectare na de Santa Rosa, de 6.840 quilos por hectare na de Frederico Westphalen, e na região de Ijuí, o rendimento médio ficou em 7.200 quilos por hectare.

Nas regionais de Soledade e Caxias do Sul, 93% das lavouras já foram colhidas. Na de Soledade, o rendimento atual é de 2.810 quilos por hectare. As lavouras de milho com semeadura tardia e que se encontram nas fases de enchimento de grãos e maturação fisiológica se beneficiam com as chuvas das últimas semanas. Porém as chuvas trouxeram o frio, que aumenta o ciclo do milho atrasando a colheita, devido à redução de dias com temperatura adequada para o seu pleno desenvolvimento. Na de Caxias do Sul, o rendimento médio atual é de 4.984 quilos por hectare. Os produtores que armazenam o grão em silos secadores e dispõem de um produto de qualidade conseguem comercializar por valor acima do preço médio pago pelo mercado, chegando a R$ 52,00/sc.

Feijão 2ª safra

Na regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí, a colheita se aproxima do final. Em geral, o rendimento médio é de 1.340 quilos por hectare. Os produtores que adotaram sistema de cultivo sem irrigação estão solicitando amparo do Proagro devido ao baixo potencial produtivo em consequência da estiagem. Na de Frederico Westphalen, a colheita alcançou 90% dos cultivos; a produtividade é de 1.110 quilos por hectare, com perdas que chegam a 38,5% em relação à esperada. Em geral, os efeitos da estiagem afetaram as lavouras acarretando desuniformidade no desenvolvimento vegetativo e na formação de grãos.

Olerícolas e frutícolas 

Alho

Na regional de Caxias do Sul, iniciou o plantio da nova safra da cultura, que deve se estender durante o mês de junho, sendo intensificado nas lavouras dos Campos de Cima da Serra em julho. Embora a safra 2019-2020 que está sendo concluída não tenha atingido produtividade potencial e esperada por interferência das condições climáticas, a comercialização dos bulbos apresentou valoração acima dos patamares previstos, sendo altamente remuneradora. Tal fato vem impingindo uma atmosfera de bastante entusiasmo entre os alhicultores. Duas consequências naturais e imediatas decorrem desse panorama: o nível tecnológico das lavouras deverá alcançar o auge, e a intenção da área de plantio deverá ser maior.

Cebola

Na regional de Passo Fundo, produtores intensificaram o preparo do solo e já iniciaram tanto o transplante de mudas quanto o plantio e/ou a semeadura em local definitivo. Há tendência de pequeno aumento da área a ser cultivada. Na regional de Pelotas, a semeadura da cebola para produção de mudas atingiu 90% da área prevista de 2.350 hectares. Em Tavares, Rio Grande e São José do Norte, ainda há produto; o preço da cebola tipo 3 está entre R$ 3,00 e R$ 3,50/kg.

Citros

Na regional de Lajeado, o retorno da umidade no solo trouxe alento aos citricultores do Vale do Caí. A chuva não recupera os prejuízos causados nas cultivares precoces de bergamoteiras e laranjeiras, mas ameniza as perdas nas cultivares tardias, como a bergamota Montenegrina, fruta cítrica com a maior área de cultivo na região. Com o maior volume de bergamota da cultivar Caí entrando no mercado, o preço que bateu os R$ 45,00/cx. de 25 quilos no início da colheita, em meados de maio, agora está para o citricultor em média a R$ 35,00/cx. O volume da Caí colhido até o momento é 10%. Bergamota Poncã em início de colheita, atrasada em função da estiagem; o preço também está reduzindo pelo aumento da oferta no mercado; o citricultor recebe em média R$ 28,00/cx. de 25 quilos.

Os prejuízos causados pela estiagem já consolidados são estimados em 50% da produção das frutas precoces. Na grande maioria dos pomares, ocorreram queda de frutos, frutos não desenvolvidos, rachados e morte de plantas. A perda maior é em relação à qualidade dos frutos. Em anos anteriores, se obtinha frutos extra ou seleção; neste ano praticamente 10% a 25% enquadram-se como frutos de primeira, e o restante, como fruta para suco. No caso da bergamota Montenegrina, a maior área de cultivo e produção de frutas, as perdas ainda não estão consolidadas por ser uma cultivar tardia, cujas frutas ainda estão em crescimento. Entretanto, a perda em virtude de frutas rachadas já é visível e representa atualmente 5% do total, por enquanto inferior à expectativa que havia antes das últimas chuvas. 

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