La Niña deve impactar os preços das commodities
Fenômeno influencia desde a produtividade de grãos na América do Sul até a logística do óleo de palma no Sudeste Asiático
O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) apresentou crescimento expressivo no desempenho financeiro do segundo trimestre da safra 2025/26 (2T26). A companhia, listada no segmento Bovespa Mais (CTCA3), divulgou que o lucro líquido atingiu R$ 67,8 milhões, avanço de 41,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado do semestre, o lucro somou R$ 117 milhões, alta de 39,6% frente ao 1S25.
A receita líquida também cresceu. Foram R$ 117,2 milhões no trimestre, aumento de 17,1% na comparação anual. No semestre, a receita alcançou R$ 227,8 milhões, avanço de 16,7% sobre o mesmo intervalo do ano passado. Já o EBITDA, de R$ 62,3 milhões, registrou crescimento de 48% no comparativo anual, com margem de 53,2%.
Segundo a empresa, o trimestre foi marcado pela expansão de market share do plantio, que chegou a 30% no semestre, quatro pontos percentuais acima de 1S25. Para o CEO César Barros, o desempenho reflete a adoção crescente de variedades mais produtivas.
Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) somaram R$ 61,1 milhões no trimestre, 12,8% acima do 2T25, abrangendo projetos em melhoramento genético, biotecnologia e sementes sintéticas. No semestre, os aportes em P&D totalizaram R$ 119,4 milhões.
O Capex atingiu R$ 21,3 milhões no trimestre e R$ 43,3 milhões no acumulado do semestre, impulsionado pelas obras da planta demonstrativa de sementes sintéticas.
No campo científico, o CTC concluiu estudo que confirma o fungo Colletotrichum falcatum como agente causal da murcha-da-cana, contribuindo para direcionar novas pesquisas de manejo e resistência. Em biotecnologia, a empresa avançou nos ensaios da primeira variedade VerdPRO2. Na frente de sementes sintéticas, foram conduzidos testes em 11 localidades, com quatro novas variedades que registraram até 85% de germinação.
A companhia encerrou o semestre com posição de caixa líquido de R$ 406 milhões, resultado, segundo o diretor financeiro e de RI, Paulo Geraldo Polezi, de uma política de investimentos considerada mais disciplinada e da gestão de capital.
O CTC mantém como meta estratégica dobrar a produtividade dos canaviais até 2040, apoiando-se em novas tecnologias e em iniciativas de conexão setorial. Uma delas é o movimento Esfera, lançado neste ano, que propõe criar um ambiente colaborativo entre pesquisadores, consultores, produtores e clientes para discutir desafios e soluções para a cultura da cana-de-açúcar.
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