Conab prevê safra menor de algodão

19.01.2015 | 21:59 (UTC -3)

A produção de grãos no Brasil na safra 2014/2015 deverá ser de aproximadamente 202,18 milhões de toneladas. É o que revela o 4º levantamento de grãos divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta sexta-feira (9 de janeiro). Segundo o documento, o volume é 4,5% superior à safra passada, o que representa 8,75 milhões de toneladas a mais do que o registrado anteriormente.

A soja continua como destaque entre as culturas, com incremento na produção na ordem de 11,4%, o que equivale a um acréscimo de 9,79 milhões de toneladas, chegando a uma produção de 95,9 milhões de toneladas. Apesar do atraso do início das chuvas, o que afetou o começo do plantio, a lavoura está apresentando bom desenvolvimento.

Quanto ao algodão, a quarta pesquisa de levantamento da safra 2014/15 realizada pela Conab aponta para uma produção de 1.542,7 mil toneladas de pluma, indicando uma redução em valores absolutos de 191,3 mil toneladas ou 11,03% em termos percentuais, em comparação à safra anterior.

O relatório divulgado pela Conab nesta sexta-feira destaca que esse declínio na produção é justificado pela elevada oferta mundial. Segundo a Conab, de todos os segmentos agrícolas do país, a cotonicultura é um dos que tem merecido papel de destaque mundial: o Brasil é o quinto maior produtor de pluma do mundo, atrás de China, Índia, EUA e Paquistão. Apesar da capilaridade da cultura, cultivada em 15 estados, cerca de 85% da área plantada de algodão está concentrada em Mato Grosso e Bahia, informa a Conab em seu relatório.

Maior estado produtor, Mato Grosso deve sofrer a maior redução absoluta do país em termos de área: cerca de 80,4 mil hectares deixarão de ser plantados nesta safra, sendo que a redução equivale a 12,5% da área total. As reduções verificadas na área cultivada são influenciadas pela situação dos mercados internacionais, principalmente pela diminuição significativa nas exportações para a China.

A Conab manteve inalteradas suas projeções de consumo, exportação e importação de algodão em pluma para o ano 2015. Contudo, efetuou alterações nos números de comércio exterior de 2014: o volume de pluma exportado até dezembro do ano passado foi de 748,6 mil toneladas de algodão (43 mil toneladas superior à expectativa antecedente da Conab) e o total importado, por outro lado, foi de 31,5 mil toneladas (4 mil toneladas; número esse inferior à expectativa inicial) - fato que acarretou a necessidade de alterar o estoque inicial de 2015, que passou a ser de 471 mil toneladas, volume 9,18% inferior ao divulgado pela Conab em seu boletim anterior.

Desse modo, a atual configuração do quadro de suprimento estimado para 2015 passa a ser a seguinte: oferta total do produto (estoque inicial + produção + importação) de 2.032,6 mil toneladas, enquanto que a demanda total (consumo interno + exportação) de 1.550 mil toneladas. Com a redução da produção e demais ajustes, a previsão de estoque de passagem para o encerramento de 2015 passa a ser de 486,7 mil toneladas de pluma, ou seja, quantidade suficiente para abastecer a indústria nacional e honrar compromissos de exportação por um período aproximado de três meses e vinte dias, conclui a Conab em seu 4º Levantamento de Safra.

Área - O total de área destinada ao plantio de grãos deve apresentar variação positiva, passando de 56,98 milhões para 57,8 milhões de hectares. A diferença representa uma alta de 1,3%, o que equivale a um acréscimo de aproximadamente 766 mil hectares. A soja também apresenta destaque, com um crescimento de 4,8%, passando de 30,1 para 31,6 milhões de hectares. Com o cenário mais vantajoso no mercado, a área deste grão avançou sobre as demais culturas (milho e feijão 1ª safra), como também as pastagens degradadas.

A Conab fez a pesquisa entre os dias 14 e 20 de dezembro. Durante o estudo, foram levantadas informações de área plantada, produção estimada, produtividade média estimada, evolução do desenvolvimento das culturas, pacote tecnológico utilizado pelos produtores, evolução da colheita, entre outras variáveis. O trabalho ocorre em parceria da Conab com agrônomos, técnicos do IBGE, de cooperativas, secretarias de agricultura, órgãos de assistência técnica e extensão rural (oficiais e privados), agentes financeiros e revendedores de insumos, que subsidiam os técnicos da estatal com informações pertinentes aos levantamentos.

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