Pesquisadores desenvolvem sistema mecanizado que facilita produção de gliricídia
Espécie arbórea é capaz de gerar, anualmente, até 900 quilos de nitrogênio por hectare, reduzindo custos e impactos da aplicação do nutriente
O Comunicado Agrometeorológico nº 70, publicado pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), descreve as condições meteorológicas ocorridas no mês de maio de 2024 e a relação destas com o crescimento e o desenvolvimento das principais culturas agrícolas.
O documento está estruturado em diferentes partes que falam das condições meteorológicas, da situação das principais culturas agrícolas do Rio Grande do Sul, como culturas de verão, fruticultura, pastagens e produção animal, os impactos da enchente e os prognósticos para o mês de junho de 2024.
O Comunicado mostra que o mês de maio foi marcado por volumes extremamente altos de precipitação pluvial em grande parte do estado, acima dos 300 mm, mas nas áreas Central (região dos Vales e região metropolitana), Serra, Campos de Cima da Serra e Litoral Norte os valores foram ainda maiores e superaram 500 mm. Os altos volumes impactaram muitos municípios gaúchos. Conforme Decreto nº 57.626, de 21 de maio de 2024, foram 456 municípios afetados, sendo 78 em estado de calamidade pública e 348 em situação de emergência.
“No Comunicado, os produtores podem observar de forma mais ampla as regiões atingidas pela catástrofe, as regiões onde teve os maiores acumulados de chuva, onde teve os maiores deslizamentos, enchentes, alagamentos”, destaca a agrometeorologista e engenheira agrônoma Loana Cardoso, do DDPA, uma das autoras do estudo. O texto contou também com a participação das agrometeorologistas Ivonete Fátima Tazzo e Amanda Heemann Junges, do DDPA, e do coordenador do Simagro, Flávio Varone.
Segundo a estimativa da Emater/RS, divulgada em 04/06/2024, observaram-se vários danos em instalações localizadas na zona rural, como casas, galpões, armazéns, silos, estufas e aviários, afetando 19.190 famílias rurais, com 9.158 localidades atingidas. Também há problemas para o escoamento da produção de 4.548 comunidades em razão de estradas vicinais afetadas. A produção primária foi severamente afetada pelas chuvas, e houve perdas significativas em várias culturas. No setor de grãos, destacam-se as perdas na área de culturas de verão, em produtos armazenados e plantios iniciais de inverno. Ao atingir regiões próximas à Região Metropolitana, as chuvas e cheias extremas também geraram danos severos na horticultura e fruticultura.
A previsão para o mês de junho, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), indica chuvas abaixo da média climatológica especialmente na metade sul do Estado e próxima da média na porção norte. A previsão também indica que as temperaturas do ar deverão ser ligeiramente acima da média na metade norte do Estado e próxima da normal ou até mesmo ligeiramente abaixo na metade Sul. Não se descarta, porém, a ocorrência de geadas em algumas localidades.
O Inmet aponta também um processo de transição de El Niño, indo para neutralidade e em breve, durante o inverno em processo de instalação do La Niña.
O Comunicado Agrometeorológico é uma publicação mensal da equipe do Laboratório de Agrometeorologia e Climatologia Agrícola (Laca) do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). Neste mês está completando três anos ininterruptos, com dados mensais de mais de 50 estações meteorológicas de diferentes regiões.
Também desde 2022, publica o Comunicado Agrometeorológico - Especial Biomeorológico, coordenado pelo grupo de pesquisa em Biometeorologia do DDPA, que inclui a Dra. Adriana Tarouco, e descreve as condições meteorológicas por estações do ano e ocorrência de situações de estresse térmico e estimativas de queda de produção de leite nas diferentes regiões do estado, abordando técnicas para diminuir os efeitos das altas temperaturas e umidade do ar na produção leiteira, com o intuito de auxiliar na produção agropecuária gaúcha.
“São ferramentas que podem ser usadas por produtores, extensionistas, técnicos, com base em informações ocorridas e para o acompanhamento das condições meteorológicas ao longo do tempo”, destaca Loana.
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