Colheita de soja enfrenta dificuldades com chuvas no Rio Grande do Sul

No extremo sul, as chuvas constantes impediram a colheita; na Região da Campanha, apenas no dia 26 de maio houve sol suficiente para que alguns produtores pudessem acessar as lavouras com melhor drenagem

31.05.2024 | 08:31 (UTC -3)
Revista Cultivar

A colheita da soja no Rio Grande do Sul enfrenta um cenário crítico devido às condições climáticas adversas que têm persistido nas últimas semanas. Embora tenha avançado 3% em relação à semana anterior, atingindo 94% da área plantada no estado, a colheita em regiões do extremo sul e da Campanha enfrentam sérios desafios para concluir a operação. As informações são da Emater-RS.

No extremo sul, as chuvas constantes impediram a colheita. Na Região da Campanha, apenas no dia 26 de maio houve sol suficiente para que alguns produtores pudessem acessar as lavouras com melhor drenagem. Esses produtores enfrentaram dificuldades significativas devido à alta umidade dos grãos e à presença de grãos avariados, que obstruem as máquinas colhedoras. Além disso, o excesso de chuvas durante o desenvolvimento vegetativo resultou em plantas de baixa estatura, com vagens fixadas muito próximas ao solo, dificultando ainda mais a colheita.

Na região administrativa da Emater-RS de Bagé, na Campanha, a situação é particularmente delicada. Com cerca de 125 mil hectares ainda por colher, representando 37% da área total, as cargas de soja entregues têm altos percentuais de impurezas e grãos avariados, resultando em longas filas e paralisação no recebimento pelas cerealistas devido à capacidade limitada de secagem.

Na Fronteira Oeste, o clima foi mais favorável, permitindo o avanço da colheita. Restam cerca de 130 mil hectares a serem colhidos, representando 17% da área total cultivada. Em São Borja, a colheita atinge 95%, mas os produtores enfrentam perdas crescentes devido à alta incidência de grãos avariados.

Em Caxias do Sul, cerca de 20 mil hectares ainda não foram colhidos, representando quase 10% da área cultivada na região. As lavouras restantes apresentam grãos totalmente deteriorados, inviabilizando a colheita. O rendimento médio da safra 2023/24 foi de 3.459 kg/ha.

Em Erechim, 99% da colheita foi realizada, com produtividade média de cerca de 3.800 kg/ha. No entanto, o excesso de chuvas causou perdas significativas de solo e aumentou o custo de reposição da fertilidade.

Nas regiões de Frederico Westphalen e Ijuí, a colheita está praticamente concluída, com produtividade média de 3.600 kg/ha. Em Ijuí, as condições climáticas permitiram a colheita em áreas de coxilha, mas nas áreas mais baixas, a entrada das máquinas foi impossível, resultando em perdas significativas na qualidade dos grãos.

Na região de Pelotas, as chuvas constantes mantiveram os solos encharcados, impossibilitando a colheita. Em Santa Vitória do Palmar, muitas lavouras de soja permanecem alagadas, com expectativas de perdas totais. A produtividade de referência na região é de 1.584 kg/ha, com 64% das lavouras colhidas até o momento.

Em Santa Maria, restam cerca de 7% das lavouras a serem colhidas, mas a falta de dias secos consecutivos e a severa perda de qualidade tornam improvável a realização da colheita. A produtividade estimada caiu de 3.269 kg/ha para 2.500 kg/ha após as enchentes.

Em Santa Rosa, a colheita está praticamente concluída, com perdas pequenas devido às chuvas em maio. A produtividade média caiu de 3.325 kg/ha para 3.173 kg/ha. Em Soledade, cerca de 60% da área foi colhida antes das chuvas, mas muitas lavouras foram abandonadas devido à deterioração dos grãos, podendo atingir 12% da área cultivada.

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