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A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu, de segunda (18) a quarta (20), painéis onlines do Projeto Campo Futuro para levantar os custos de produção de atividades agropecuárias nos estados de Alagoas, Goiás e Santa Catarina.
O Campo Futuro é um projeto realizado pelo Sistema CNA/Senar em parceria com sindicatos de produtores rurais, universidades e centros de pesquisa para levantamento do custo de produção que geram informação para a administração de custos, de riscos de preços e gerenciamento da produção.
No estado de Santa Catarina foram realizados eventos onlines para levantar as informações produtivas e gerenciais de soja, milho, trigo no município de Xanxerê; de arroz, em Araranguá, e de soja, milho, trigo em Campos Novos.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, participou da abertura dos eventos no estado e destacou a importância do projeto em fornecer as informações precisas para que o Sistema CNA/Senar tome decisões as mais adequadas possíveis em benefício do setor produtivo.
De acordo com o assessor técnico da CNA, Thiago Rodrigues, os produtores apontaram que a propriedade típica do município de Xanxerê tem área de 152 hectares, onde são cultivados soja milho feijão trigo e aveia de acordo com a época do ano.
“Na safra de verão 2019/2020 foram colhidas 70 sacas de soja e 220 sacas de milho por hectare, atendendo as expectativas dos produtores. Por outro lado, a seca na região impactou o cultivo do feijão de inverno, com produção de apenas 25 sacas, e de trigo com 45 sacas por hectare”.
Os gastos com insumos agrícolas também foram destaques do levantamento. “Dentre as culturas pesquisadas, eles representaram entre 56% até 64% do custo operacional efetivo de cada uma”, analisou.
No município catarinense de Araranguá, os produtores rurais compartilharam informações sobre a produção de arroz em sistema pré-germinado e semeado.
A propriedade modal do modelo produtivo pré-germinado tem área de 50 hectares com alto índice de produtividade, com 175 sacas por hectare. “Os produtores indicaram preço de comercialização favorável e um aumento de 33% se comparado à safra anterior. Mesmo com o incremento de 2% do custo operacional efetivo por hectare, a boa produtividade condicionou a redução de 16% neste custo por saca, comparando com a última safra”, destacou o assessor da CNA.
Em Campos Novos, os custos de produção soja milho, trigo e feijão são registrados desde o início do projeto Campo Futuro, há 13 anos. No encontro online de quarta (19), os produtores apontaram que a propriedade modal possui em média uma área de 300 hectares, dos quais 180 são de área arrendada.
Em termos de custos, soja (34%) e milho (17%) apresentaram uma elevação no custo por saca se comparados aos dados do último ano. Na avaliação do assessor técnico da CNA, o trigo merece destaque.
“Apesar dos dados apontarem uma produtividade de 48 sacas por hectare, 13% menor que no último levantamento, a alta de 11% nos preços de comercialização possibilitou à propriedade típica da região arcar com os custos operacionais efetivos. Essa cultura foi a que apresentou menor atratividade tendo em vista a incapacidade de arcar com os demais componentes do custo de produção, dentre eles os referentes as depreciações de máquinas, benfeitorias e equipamentos, por exemplo”.
Na região Nordeste os custos de produção da cana-de-açúcar foram levantados na capital de Alagoas, Maceió. O assessor técnico da CNA, Rogério Avelar, acompanhou o painel, que mostrou a propriedade modal com área de 140 hectares e produção de 6.800 toneladas de cana.
“Foi registrado o custo operacional total de R$ 64,87 e margem líquida R$ 16,74 por tonelada de cana. Se comparada com a última safra a produtividade saltou de 48 para 61 toneladas por hectare”, analisou Rogério.
Na pecuária de corte, o projeto definiu o sistema de produção de cria de bezerros no município goiano de Jussara. A propriedade típica tem área de 730 hectares de pastagem e enfrenta dificuldades para aumentar a lotação de animais especialmente nos períodos de seca.
Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), instituição parceira do projeto Campo Futuro, apontam que são produzidos e vendidos uma média de 0,3 bezerros por hectare por ano. A baixa produtividade impacta na baixa rentabilidade do pecuarista.
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