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A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou cinco painéis do projeto Campo Futuro para levantar informações sobre os custos de produção de grãos e café. Os encontros aconteceram de forma virtual como medida de segurança para evitar o contágio do coronavírus com produtores de Naviraí (MS), Londrina e Cascavel (PR) Querência (MT) e Guaxupé (MG).
Na sexta-feira, 25 de setembro, o painel foi feito com produtores de soja e milho de Naviraí (MS). A propriedade modal foi de mil hectares. Para a soja, o relato foi de uma boa produção, acima das safras anteriores, mesmo com o plantio tardio. “Só não foi ainda melhor por conta do veranico ocorrido na região, o que afetou a produtividade média. A previsão era colher 65 sacas e foram colhidas 58 sacas por hectare”, explicou o assessor técnico da CNA, Thiago Rodrigues.
De acordo com dados preliminares fornecidos pelos sojicultores do município, o Custo Operacional Efetivo (COE) subiu 12% safra 2019/2020, na comparação com o levantamento realizado na safra anterior, basicamente por conta dos insumos. Os gastos com defensivos representaram 26% dos desembolsos com a atividade.
Para o milho, a produtividade aumentou 2,5% do ano safra passado para este ano. A cultura também teve atrasos com o plantio, ocasionado pela seca. Mas por outro lado, a produtividade média, tanto para a variedade BT quanto para a tradicional, foi de 78 sacas por hectare, aumento de 8%. “Os preços foram bem acima dos praticados em 2019, o que compensou a alta dos custos de produção”, complementou Rodrigues.
Na quarta-feira, 23 de setembro, o levantamento foi realizado em Londrina para analisar a realidade produtiva de soja e milho da região referente à safra 2019/2020. Segundo dados preliminares, a seca afetou o planejamento do plantio no município. “Os produtores optaram por sementes mais baratas e um menor investimento no caso do milho resultou em uma queda de 3,7% na produtividade na comparação com o ano passado”, disse Thiago Rodrigues.
Apesar dos menores investimentos, o Custo Operacional Efetivo (COE) subiu 6,6% em relação a 2019 e os insumos representaram 57% do total dos custos para o milho. No caso da soja, houve um cenário melhor. Os custos tiveram alta de 9,4% por saca, mas a produtividade avançou 21,9% na comparação com o levantamento realizado no ano passado e os preços subiram 17% por saca.
Em Querência (MT), o painel ocorreu na terça-feira, 22 de setembro, quando foram analisados dados de milho 2ª safra e soja. Informações prévias apontam incrementos de 12,8% no COE para o cereal e os gastos com insumos representaram 58% do custo efetivo. A produtividade cresceu 11,6% e o ambiente foi amplamente favorável à comercialização, com valorização de 53,8% nos preços.
O cenário para a soja no município mato-grossense foi de alta de 13,4% no COE, com os insumos respondendo por 63% dos gastos efetivos. Por outro lado, a produtividade subiu 8,8% e o preço de comercialização da soja na safra 2019/2020 foi 18% superior aos preços da safra anterior.
Também na terça, houve levantamento de informações em Cascavel (PR) para as culturas de soja, milho e trigo. A seca atrasou o plantio e voltou no final da safra, o que impactou o rendimento dos sojicultores. No entanto, a região teve a produtividade da oleaginosa elevada em 30% em relação à safra 2018/2019. Os custos efetivos subiram 8%, mas o preço médio da saca aumentou 13%.
A estiagem prolongada também influenciou a produção de milho e muitos produtores não fizeram a adubação de cobertura. Os custos de produção (COE) tiveram alta de 6,6%, mas os preços subiram de forma expressiva, dando mais ânimo aos agricultores.
Em relação ao trigo, os produtores enfrentaram uma queda de 46% na produtividade do ano passado para 2020, afetando a margem dos produtores, mesmo com a variação de 17% nos preços. Eles colheram, em média, 28 sacas por hectare. O Custo Operacional Efetivo (COE) dos triticultores subiu 3%.
O primeiro painel da semana ocorreu na segunda-feira, 21 de setembro para o levantamento dos custos de produção em Guaxupé, sul de Minas Gerais. A propriedade modal analisada foi de 8 hectares, onde predomina a agricultura familiar. A produtividade média foi de 32 sacas por hectare.
“No curto e no médio prazo, os produtores tiveram margens positivas e foram remunerados. Mas no longo prazo, identificamos que a atividade não remunera os custos de oportunidade da terra nem os custos de capital”, avaliou Raquel Miranda, assessora técnica da CNA. A mão de obra respondeu por 40,4% do COE, seguida por insumos (34,2%) e mecanização (9,4%).
Participaram dos levantamentos, em parceria com a CNA, O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o Centro de Inteligência de Mercado da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA), federações de agricultura e pecuária e administrações regionais do Senar, sindicatos rurais dos municípios, cooperativas e produtores rurais.
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