O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, defendeu que o setor privado e o governo encontrem soluções de curto prazo “para destravar a economia brasileira, pois não é possível ficarmos apenas lamentando as dificuldades conjunturais da atualidade”. A análise ocorreu durante encontro com dirigentes da DSM, Produtos Nutricionais do País, empresa holandesa do setor de biotecnologia que produz insumos para o setor agrícola.
Em sua avaliação sobre os obstáculos enfrentados pela economia brasileira, o presidente da CNA lembrou o senso comum hoje existente na sociedade, segundo o qual cabe ao setor agropecuário liderar o processo de crescimento. Para ele, contudo, é preciso “suavizar este peso estabelecendo condições mínimas para que outros segmentos econômicos também participem do processo”.
Debate com o governo
A agenda que o setor produtivo está trabalhando, a ser posteriormente levada ao conhecimento do governo federal, destaca ações pontuais prioritárias em áreas como a previdência social, relações trabalhistas e a segurança jurídica, em especial as denominadas ações infralegais (normas e procedimentos que emperram o setor produtivo) cujo exemplo mais notório, no caso da agropecuária, diz respeito às limitações para o uso de agroquímicos na produção agrícola.
O setor agropecuário tem cumprido seu papel, mesmo enfrentando dificuldades conjunturais. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) confirmam que o agronegócio brasileiro segue se consolidando como principal setor da economia nacional.
As exportações de produtos do agronegócio alcançaram US$ 74,7 bilhões entre janeiro e outubro de 2015, queda de 10,9% na receita obtida, em relação ao mesmo período de 2014, devido aos percalços da economia brasileira como um todo. O saldo acumulado da balança comercial do agronegócio foi positivo, nos primeiros nove meses de 2015, em US$ 63,3 bilhões.
Apesar da queda no valor de comércio, o volume das exportações do agronegócio brasileiro superou 134 milhões de toneladas, aumento de 11,0% em relação aos dez primeiros meses de 2014. Em 2015, a participação do segmento cresceu entre os itens da pauta exportadora do país, representando 46,6% do total e demonstrando sua importância para a economia nacional.