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Em razão da irregularidade na distribuição das chuvas, a safra brasileira de soja deve sofrer expressivas quebras. Segundo estimativas do Sistema de Suporte à Decisão na Agropecuária (Sisdagro) do Inmet, perdas da ordem de 4% a 5% já podem ser identificadas nas simulações de produtividade que consideram como fonte o balanço hídrico. Considerando um solo de textura média e uma soja com 120 dias de ciclo, com emergência no dia 10 de outubro, a perda estimada já é de 13%. Se considerarmos o plantio no dia 1º de outubro, esse valor salta para 17,38% na cidade de Catalão (GO).
Em algumas regiões do Mato Grosso, maior produtor nacional de soja, a situação é crítica: várias cidades registraram volumes muito reduzidos de precipitação desde o início da safra, e os sinais da deficiência hídrica já são perceptíveis. “Em Nova Ubiritã (MT), por exemplo, o total acumulado desde o dia 15 de Setembro é de apenas 244,8mm segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia. Se consideramos somente a precipitação ocorrida em novembro, esse valor cai para 86mm”, aponta o diretor da ignitia Inteligência Climática, João Rodrigo de Castro.
Este mesmo cenário de chuvas irregulares é observado em outras regiões do Brasil, com impacto importante em várias culturas, incluindo especialmente soja. Os dados de Catalão, no sudeste Goiano são ainda piores: desde o dia 15 de setembro, choveu apenas 133mm e se considerarmos somente as chuvas mais recentes, ocorridas no mês de novembro, esse total é de apenas 29,6mm.
Nos próximos dias deve haver a organização de áreas de instabilidade, associadas a um ciclone atuando no Oceano Atlântico, que devem provocar chuva em várias regiões, incluindo o Centro-Oeste e o Sudeste do país. Os maiores volumes devem ficar concentrados no Mato Grosso do Sul e podem alcançar os 100mm na região de Dourados.
As instabilidades também devem atingir áreas de Minas Gerais, como o Triângulo Mineiro, onde são esperados volumes que podem variar de 30mm até 70mm como é o caso de Itapegipe, na divisa com o Estado de São Paulo.
Os últimos dias foram marcados pela ocorrência de chuva em diversas áreas do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Dados coletados mostram que as chuvas mais volumosas ficaram concentradas no Sul, mas, grandes volumes também foram observados em regiões de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, com volumes que na média foram superiores a 20mm. De forma mais localizada, a chuva também atingiu regiões do Mato Grosso e de Goiás, que vêm sofrendo impactos importantes em função da irregularidade observada neste início de safra 2023-2024.
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