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Uma das ferramentas mais promissoras de modulação de expressão gênica pode colaborar para que produtos biológicos alcancem ainda mais seu potencial a campo. O tema foi debatido durante painel realizado nesta segunda-feira, 12 de agosto, no 16º Simpósio de Controle Biológico (Siconbiol), evento promovido pela Sociedade Entomológica do Brasil, Embrapa Soja e Universidade Estadual de Londrina.
“Pela promessa que a tecnologia se tornou, é importante que pesquisadores da área de biológicos conheçam a estrutura de funcionamento da técnica de RNAi, assim poderão identificar possibilidade de uso e aplicação”, explica Henrique Marques-Souza, coordenador do grupo de pesquisa em tecnologias de silenciamento de genes da Unicamp.
A pesquisadora da Embrapa Soja, Liliane Henning, mediadora do painel, destacou o potencial da tecnologia, mostrando dois possíveis caminhos para o uso da tecnologia: a construção de plantas transgênicas (que possuem alto custos de regulamentação em diferentes países) e o desenvolvimento de produtos à base de RNAi de uso tópico. “A técnica é extremamente promissora quando considerada a aplicação tópica, ou seja, o desenvolvimento de produtos cuja aplicação na planta faz com que ela absorva e gere a reação de proteção quanto ao objeto-alvo, que é a praga ou a doença”.
A pesquisadora destacou que, na Embrapa Soja, em Londrina, PR, por exemplo, o Laboratório de Biotecnologia Vegetal atua com linhas de pesquisa de RNAi, visando o controle da ferrugem asiática e do capim-amargoso. “É um longo processo entre as pesquisas desenvolvidas em laboratórios e a possibilidade de aplicação em escala comercial, mas o potencial de aplicação em soluções que trarão impacto para a agricultura brasileira é enorme”, revela.
Henrique Marques-Souza lembra que a tecnologia de RNAi ganhou a atenção do mundo quando os pesquisadores Andrew Fire e Craig Mello desvendaram o seu mecanismo e acabaram ganhando, em 2006, o prêmio Nobel por suas descobertas. Suas pesquisas identificaram o mecanismo que permite silenciar a atividade de genes específicos e controlar o fluxo de informação genética na célula. “De maneira simplificada, podemos dizer que a técnica de RNAi funciona como o mecanismo do corpo que reage à presença de um vírus. É algo baseado na expressão de genes em qualquer organismo vivo e pode ser usada para silenciar ou fortalecer uma característica funcional”, explica. É um mecanismo que foi desenvolvido naturalmente nas células de plantas e animais durante o processo evolutivo, como forma de proteção.
“Ao olharmos para os desafios e gargalos para o desenvolvimento de produtos biológicos, observamos que há muito a se ganhar ao se tomar vantagem da alta especificidade da técnica de RNAi para permitir que o agente de controle biológico atinja o seu potencial máximo no campo, por exemplo”. De acordo com Henrique, a especificidade que a técnica de RNAi alcança, permite a combinação de soluções que envolvem as técnicas de manejo integrado de pragas com produtos mais eficientes desenvolvidos via utilização de RNAi.
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