Chuvas irregulares prejudicam a produção brasileira de milho safrinha

O rendimento médio foi 45% menor que o inicialmente previsto na área de atuação da C.Vale

10.09.2024 | 16:08 (UTC -3)
C.Vale
Foto: arquivo/C.Vale
Foto: arquivo/C.Vale

As lavouras brasileiras de milho safrinha não repetiram o desempenho de 2023 quando o rendimento alcançou níveis recordes em parte dos estados produtores. Agora em 2024, a escassez de chuvas e as altas temperaturas limitaram o potencial produtivo das lavouras. A produção nacional do grão recuou quase 13% na segunda safra, passando de 103,3 milhões de toneladas na safra 2023 para 90 milhões de toneladas este ano.

As plantações de Mato Grosso do Sul foram as mais afetadas. O rendimento médio foi 45% menor que o inicialmente previsto na área de atuação da C.Vale, segundo o gerente regional da cooperativa no estado, Jeferson Salatti. “Faltou chuva, principalmente nas áreas mais ao sul. Em alguns municípios, a quebra ficou acima de 60%. Nas áreas mais ao norte, redução de 10 a 15%”, registra.

Em Mato Grosso, o clima correu bem até parte de abril, quando as chuvas pararam de cair no final do mês. “A produtividade foi relativamente boa e compensou, ao menos em parte, a redução da área ocupada pela cultura na safra 2024”, avalia o gerente regional da C.Vale, Renato Rambo. Levantamento de junho do IBGE mostrava redução da produção de milho de Mato Grosso de 15% na comparação com a temporada 2023 (veja quadros nesta página). 

Lavouras do Paraná

No Paraná, a produtividade média apresentou grandes variações, principalmente por região. O regime de chuvas foi bastante distinto entre as metades norte e sul do estado. Em Braganey, oeste do Paraná, Douglas e Vítor Durigon cultivaram 2.420 hectares de milho safrinha com produtividade média de 109 sacas/hectare. Douglas esperava um rendimento melhor. “Faltou chuva no início do plantio”, explica.

No manejo da cultura, os irmãos fizeram dois tratamentos contra doenças, três contra lagarta e cigarrinha, e outros três contra o percevejo. As aplicações químicas e os 800 quilos de adubação na base ajudaram a elevar o custo a 72 sacas/hectare, revela Vítor Durigon. Na safrinha de 2023, o rendimento médio foi 8% menor, ficando em 101 sacas/hectare. Agora, os irmãos Durigon vão aguardar eventuais oportunidades de mercado para vender o milho por valores superiores aos do início de agosto.

Milho safrinha 2024

Produtividade média

MT – 105 sc/ha

MS -    70 sc/ha

PR -     89 sc/ha

Brasil – 101 sc/ha

Fonte: IBGE, junho 2024

Produção

MT – 42,54 mi/ton (-15%)

MS -    9,50 mi/ton (-27%)

PR -  12,95 mi/ton (-8,7%)

Brasil – 90 mi/ton (-12,8%)

Fonte: IBGE, junho 2024

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