Chuvas impactam produção de citros no Rio Grande do Sul

Pomares de laranjas e bergamotas, muitos em plena colheita, estão sofrendo com a alta umidade no solo, resultando em frutos pequenos e rachados; doenças têm afetado severamente os frutos

02.06.2024 | 16:29 (UTC -3)
Revista Cultivar

As intensas chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul nos últimos períodos têm causado graves prejuízos à produção de citros no estado. Pomares de laranjas e bergamotas, muitos em plena colheita, estão sofrendo com a alta umidade no solo, resultando em frutos pequenos e rachados, além de considerável redução na produtividade. Conforme a Emater-RS, as doenças têm afetado severamente os frutos, agravando ainda mais os estragos.

A região administrativa da Emater-RS de Santa Rosa, por exemplo, enfrenta uma alta incidência de mosca-das-frutas, prejudicando as bergamotas Okitsu, Ponkan, Satsuma e comum, bem como as laranjas de umbigo, do céu e sanguínea. Além disso, as plantas mais jovens estão sendo atacadas por pulgões nas brotações e por larvas-minadoras nas folhas. A situação é tão grave que o preço para a indústria se mantém em R$ 6,00/kg, refletindo a dificuldade em manter a qualidade dos frutos.

Em Frederico Westphalen, a combinação de chuvas excessivas, dias nublados e alta umidade resultou na queda de laranjas e bergamotas, com uma estimativa de redução de produtividade entre 30% e 35%. Os pomares, que estão no estágio final de desenvolvimento e início de maturação dos frutos das variedades de ciclo médio e tardio, estão particularmente afetados. As variedades de ciclo precoce, como Laranja de Umbigo Bahia, Iapar 73 e Salustiana, estão sendo colhidas e comercializadas, com uma perspectiva de aumento no valor pago ao produtor caso a qualidade industrial melhore.

Em Caxias do Sul, estão sendo realizados levantamentos e mapeamentos das áreas atingidas e das perdas nos municípios produtores. Diversos acionamentos de Proagro estão em verificação, uma vez que os agricultores enfrentam dificuldades para acessar suas propriedades devido ao encharcamento do solo e deslizamentos de terra que bloqueiam as estradas. Há registro de queda de frutos em variedades como bergamota Caí, Pareci e Ponkan. Variedades mais tardias, como Montenegrina, Rainha e Murcott, que ainda estão em crescimento, apresentam rachaduras na casca e na polpa, aumentando as perdas. A produção de laranja também sofre com baixa carga de frutos devido a problemas nas fases de floração e fixação.

Na região de Erechim, a cultura da laranja sofreu perdas nas áreas inundadas próximas aos rios, especialmente em Itatiba do Sul e Erval Grande. Ainda há laranja precoce a ser colhida (Iapar, Salustiana, Rubi, Umbigo Navelina e Bahia), com preço médio de R$ 1,50/kg ao produtor. Compradores já demonstram interesse pela laranja Valência, mesmo com baixo grau Brix, ao preço de R$ 1,00/kg. Novos pomares estão sendo implantados na região, com a maior área localizada em Centenário. A produção total de laranja deverá ser 30% menor que em anos normais. A colheita de limão Tahiti e de bergamota comum, Caí e Satsuma continua, sendo comercializadas a R$ 2,00/kg.

Compartilhar

LS Tractor Fevereiro