Nutrien divulga resultados do segundo trimestre de 2023
Revisão da orientação para o ano inteiro para refletir preços globais de potássio mais baixos do que o previsto anteriormente
Os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás na Região Centro-Oeste, os estados de Rondônia e Tocantins na Região Norte, e os estados de Maranhão e Piauí na Região Nordeste, foram os que receberam os menores volumes de chuva do país durante o mês de julho. Volumes de chuva inferiores a 10 mm também foram registrados no sudoeste do Pará, oeste da Bahia, oeste de São Paulo e noroeste do Paraná. Já os estados que receberam os maiores volumes de chuva foram Amazonas e Roraima, onde foram acumulados mais de 150 mm em algumas áreas. Em Alagoas e Pernambuco, as chuvas também foram abundantes, superando 120 mm na região costeira. Os estados da Região Sul em que mais choveu foram Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com acumulados de 60 a 90 mm na maior parte de seu território.
Valores de armazenamento de água no solo inferiores a 15% foram registrados em quase toda a extensão dos estados de Rondônia, Acre, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Piauí, Maranhão, Ceará, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Na maior parte de São Paulo e Paraná, o armazenamento permaneceu entre 15 e 30%. Nos demais estados da Região Sul, as condições foram mais favoráveis. O armazenamento foi maior do que 30% em todo o Estado de Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, o armazenamento variou entre 45% e 60%. Os maiores valores de armazenamento de água no solo do país, superiores a 60%, foram registrados em algumas áreas dos estados de Amapá, Amazonas, Pernambuco e Alagoas.
Na Região Norte, os estados mais quentes foram Tocantins, Rondônia, onde foram registradas máximas na casa dos 33°C. Em Roraima e no noroeste do Amazonas, as máximas ficaram entre 29 e 31°C. Na Região Nordeste, os estados mais quentes foram Maranhão, Piauí e Ceará, com máximas acima dos 31°C, seguidos por Rio Grande do Norte e Paraíba, com máximas maiores do que 29°C. Nas demais áreas da Região Nordeste, as máximas mantiveram-se entre 25 e 27°C. As menores temperaturas máximas da Região Nordeste, menores do que 25°C, ocorreram no centro-sul baiano. Nas regiões Sudeste e Sul também predominaram máximas inferiores a 25°C.Chuvas escassas e calor intenso marcam o mês de julho em grande parte do Brasil
As menores temperaturas do país, inferiores a 11°C, foram registradas em Santa Catarina. Nos demais estados da Região Sul e nos estados de Minas Gerais e São Paulo, as mínimas ficaram entre 11 e 14°C. Na Região Centro-Oeste e nos estados de Rondônia, Bahia, Sergipe e Pernambuco, predominaram mínimas de 17 a 20°C. Nos demais estados das Regiões Nordeste e Norte, as mínimas variaram de 20 a 23°C. Em grandes áreas do Amazonas e em áreas esparsas do Pará e do Maranhão, as mínimas superaram 23°C.
Tempo e agricultura brasileira
A colheita do milho de segunda safra alcançou 54,7% da área nacional semeada, de acordo com o último levantamento divulgado pela Conab, no final de julho. Segundo o IMEA, 91,62% da área de milho de Mato Grosso já foi colhida até o momento com resultados acima da expectativa inicial, em média 112,68 sc/ha, com boa qualidade dos grãos. Não foram registrados volumes de chuva significativos durante o último mês, prevalecendo o tempo seco em todo o Estado. A grande capacidade operacional dos produtores, associada às condições climáticas favoráveis, possibilitou uma evolução das operações de colheita de 58,56 p.p. no mês de julho. O déficit de armazenagem de grãos é um problema que ganha destaque em Mato Grosso, uma vez que a produção de milho deverá ser 14,39% maior do que a da safra anterior, como apontavam os boletins do Sistema TEMPOCAMPO.
Em Mato Grosso do Sul, o volume de água disponível no solo, ainda que não fosse abundante, assegurou enchimento de grãos satisfatório das lavouras tardias. Temperaturas elevadas ao longo do dia associadas a baixa umidade relativa do ar contribuíram para uma perda natural da umidade dos grãos, possibilitando o avanço gradual da colheita, que já foi concluída em 17% da área cultivada no Estado. Em Goiás e Minas Gerais, o tempo seco foi favorável para a colheita, mas os avanços das operações vêm ocorrendo lentamente. Os estados também sofrem com uma capacidade insuficiente de armazenamento de grãos, o que tem levado grande parte dos produtores goianos e mineiros a manter as lavouras de pé e aguardar a secagem natural dos grãos. No Matopiba, volumes reduzidos de chuvas e o predomínio de tempo seco favoreceram a maturação das lavouras de milho de segunda safra e possibilitaram o avanço da colheita.
Já no Paraná, as chuvas foram responsáveis pela diminuição do ritmo das operações de campo e pelo atraso na colheita da segunda safra de milho. A colheita está mais avançada apenas no centro-sul e no sudeste paranaense, cerca de 15% da área semeada no Estado foi colhida até o final de julho. Ventos fortes ocasionados pelo ciclone extratropical que se configurou na Região Sul do Brasil causaram acamamento de algumas lavouras. O DERAL, em sua última atualização, reportou que cerca de 2% das lavouras remanescentes do Paraná desenvolvem-se sob condições climáticas ruins, 15% sob condições intermediárias e 83% sob condições favoráveis.
A safra de algodão está progredindo de forma satisfatória. O predomínio de tempo seco nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e no Matopiba beneficiaram as lavouras de algodão nas fases de maturação e colheita. Em Mato Grosso, 22,31% da área cultivada já foi colhida, com produtividade média de 292,35 @/ha de algodão em caroço. Temperaturas elevadas ao longo do dia associadas a baixa umidade relativa do ar contribuíram para a manutenção da qualidade das plumas e possibilitaram o avanço da colheita. As pulverizações para controle do bicudo-do-algodoeiro se intensificaram no Mato Grosso. Em Mato Grosso do Sul, o aumento da temperatura e o baixo volume de chuvas viabilizaram a aplicação de produtos desfolhantes, e consequentemente o avanço das operações de colheita. Os produtores sul-mato-grossenses também iniciaram o manejo das soqueiras nas lavouras colhidas a fim de reduzir os focos de bicudo. A maior parte das lavouras sul-mato-grossenses encontra-se em formação de maçãs, maturação e colheita. Em Goiás e Minas Gerais, o tempo seco permitiu o progresso da colheita e a obtenção de fibras de boa qualidade. As lavouras de algodão irrigadas da Bahia apresentam desenvolvimento satisfatório, luminosidade e temperaturas noturnas apropriadas beneficiaram a formação de maçãs e o processo de maturação. As lavouras de sequeiro do extremo-oeste baiano estão em estágio de maturação e colheita, o tempo seco tem assegurado a colheita de plumas de boa qualidade na região. Na região centro-sul do Estado, as lavouras foram acometidas por estresse hídrico na fase de formação de maçãs, o que resultou em produtividades inferiores às projetadas inicialmente. No Maranhão e no Piauí, as condições meteorológicas também favoreceram o avanço da colheita, boas produtividades têm se confirmado.
A semeadura do trigo já foi realizada em 99,7% da área nacional projetada. A chegada de uma frente fria na segunda semana de julho e a formação de um ciclone extratropical resultaram em ventos fortes e volumes de chuva elevados em grande parte da Região Sul, prejudicando a semeadura dos cultivos de inverno e as lavouras recém implantadas. Em seguida, as condições climáticas se estabilizaram, favorecendo a continuidade da semeadura. A semeadura só não foi concluída em Santa Catarina, onde ainda restam 7% da área prevista para serem semeados. Nas lavouras mais adiantadas, no oeste e oeste do Estado, realizou-se a aplicação de fertilizantes nitrogenados em cobertura. Já se observa diferenciação reprodutiva e alongamento dos entrenós. No oeste catarinense, as variações de temperatura também têm impactado negativamente o perfilhamento e levado a um desenvolvimento precoce das plantas de trigo. No Paraná, segundo o DERAL, 94% das lavouras encontram-se em boas condições e 6% em condições intermediárias. A maior parte das lavouras paranaenses estão em desenvolvimento vegetativo e em estágios reprodutivos. Embora as condições climáticas registradas no Paraná tenham sido benéficas para o desenvolvimento das lavouras, o excesso de umidade aumentou a favorabilidade para ocorrência de doenças foliares e dificultou o trafego de máquinas e a realização das operações de manejo. No Rio Grande do Sul, de acordo com a EMATER/RS, 97% das lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo e 3% encontram-se em fase de floração. O estabelecimento das lavouras é considerado satisfatório, com resultados superiores aos observados nas últimas duas safras. O processo de perfilhamento foi beneficiado durante os períodos em que as baixas temperaturas foram acompanhadas por alta incidência de radiação solar. Depois da queda de temperatura e das chuvas registradas na segunda semana de julho, o tempo se estabilizou e as temperaturas voltaram a subir gradualmente, permitindo a retomada do desenvolvimento do trigo. Os produtores gaúchos intensificaram a adubação nitrogenada em cobertura e o manejo fitossanitário das lavouras.
A segunda safra de feijão caminha para a fase final. O último levantamento feito pelo DERAL aponta que 100% das lavouras de feijão de segunda safra do Paraná já foram colhidas, com produtividade média dentro das expectativas. A conclusão das operações de colheita se deu de forma lenta, sobretudo por conta de chuvas, que também provocaram redução na qualidade dos grãos colhidos tardiamente. Em Santa Catarina, a colheita também foi finalizada. O excesso de chuvas e a baixa incidência de radiação solar na fase de enchimento de grãos reduziu o potencial produtivo das lavouras, sobretudo de feijão preto, cultivado na maior parte das áreas destinadas à produção de feijão de segunda safra no Estado. Em Minas Gerais, a colheita também foi concluída e, apesar de ocorrências pontuais de chuvas e baixas temperaturas nas fases de maturação e colheita, foram obtidas produtividades satisfatórias e grãos de boa qualidade, com bom tamanho e peso. Na Bahia, a safra continua em andamento. Segundo a Conab, o feijão-caupi de sequeiro encontra-se em fase final de colheita. A baixa umidade tem favorecido o processo de maturação dos grãos, reduzindo a incidência de doenças e de pragas de final de ciclo. Já o feijão cores, irrigado e semeado tardiamente em relação ao caupi, ainda se encontra entre os estágios de floração e enchimento de grãos. No geral, as condições são consideradas muito boas.
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