Brasil tem novo recorde na adoção de lavouras transgênicas

02.08.2011 | 20:59 (UTC -3)
Bruno Viécili

A área cultivada no Brasil com sementes transgênicas já cresce a um ritmo superior ao crescimento da área total plantada por lavouras de soja, milho e algodão - as três culturas que possuem variedades geneticamente modificadas aprovadas. É o que indica o 1º acompanhamento da adoção de biotecnologia na safra 2011/12, realizado pela consultoria Céleres.

A área plantada com soja transgênica na próxima safra será 13,4% maior do que na safra 2010/11, ocupando 20,8 milhões de hectares (82,7% da área total prevista). Com a aprovação de um novo evento em 2010, já são quatro tecnologias liberadas no Brasil, entre tolerância a herbicidas (TH), resistência a insetos (RI) e combinadas.

"Esse crescimento é resultado do aperfeiçoamento constante das variedades biotecnológicas, cada vez mais bem adaptadas às diferentes regiões produtivas no país", observa Anderson Galvão, sócio-diretor da Céleres e coordenador do estudo. Ele destaca que, pela primeira vez na história da agricultura nacional, com 8,8 milhões de hectares, a região Centro-Oeste - tradicional produtora de soja convencional - ultrapassou a região Sul em valores absolutos de área destinada à soja transgênica.

Já o algodão GM, que teve três novos eventos aprovados ano passado, ocupará 606 mil hectares, equivalentes a 39% dos campos da cultura (um aumento de 62,7% sobre o ciclo anterior). Há atualmente à disposição dos agricultores sementes de algodão com tecnologia RI, TH e combinadas. "O crescimento na adoção de biotecnologia nas lavouras de algodão mostra que alguns vazios que existiam na oferta das tecnologias começam a ser sanados, suprindo as reais necessidades dos cotonicultores. Quando o produtor vê vantagens competitivas na tecnologia, adota imediatamente", diz Galvão.

No caso do milho, os híbridos GM estarão presentes em 9,1 milhões de hectares, ou 64,9% da área, incluindo as safras de verão (4,5 milhões de hectares, ou 54% da área) e de inverno (4,6 milhões de hectares, o equivalente a 80,4% da área destinada à cultura). O Brasil já dispõe de 16 eventos GM aprovados (entre RI, TH e tecnologias combinadas), sendo que cinco tiveram aprovação da CTNBio nos últimos 12 meses.

Para Galvão, a milhocultura é de longe o exemplo mais bem sucedido da adoção da biotecnologia no Brasil: em quatro anos, já ocupa mais da metade das terras cultivadas com milho. Ele ainda lembra que uma parcela importante é semeada com materiais tidos como de baixa tecnologia, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. "Considerando apenas os hectares plantados com materiais de alta tecnologia, a safra de verão chega a ter mais de 70% da área coberta com híbridos transgênicos", destaca.

"Esse ritmo rápido de adoção da biotecnologia na cultura do milho é reflexo dos benefícios diretos e indiretos que os híbridos transgênicos geram aos agricultores, que já podem competir em pé de igualdade no mercado internacional", destaca o executivo da Céleres. Um segundo acompanhamento da adoção da biotecnologia para essa safra está previsto para o dezembro, após a conclusão dos trabalhos de plantio da safra de verão.

A íntegra do estudo está disponível no link

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Arquivo Grupo Cultivar

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