Brasil deve colher 322,3 milhões de toneladas de grãos em 2024/25
Informação consta em estudo da Companhia Nacional de Abastecimento
14.01.2025 | 13:57 (UTC -3)
Revista Cultivar
A produção agrícola brasileira deve atingir recorde na safra 2024/25, com previsão de 322,3 milhões de toneladas de grãos, segundo dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta terça-feira (14).
O volume representa um aumento de 8,2% em relação à safra anterior, com 24,5 milhões de toneladas a mais. O crescimento é impulsionado pelo clima favorável e pela ampliação da área plantada, estimada em 81,4 milhões de hectares, 1,8% superior à do ciclo 2023/24.
Soja: produtividade em alta
Principal cultura brasileira, a soja lidera a produção com estimativa de 166,33 milhões de toneladas, um crescimento de 18,61 milhões de toneladas frente à safra anterior.
A recuperação das lavouras após um período de quebra é evidenciada pela produtividade média esperada de 3.509 quilos por hectare, superior aos 3.201 kg/ha registrados em 2023/24.
O plantio, iniciado no fim de outubro, foi beneficiado pelas condições climáticas, que seguem monitoradas até o fim da colheita, prevista para começar em larga escala no final de janeiro.
Mato Grosso: a colheita foi iniciada em dezembro nas primeiras áreas destinadas à sucessão com algodão. Apesar das chuvas adequadas, dias nublados desde novembro podem limitar o potencial produtivo em algumas localidades. A atenção está voltada para o manejo preventivo de pragas, como lagartas e percevejos, além da ferrugem-asiática, garantindo a vitalidade das plantas.
Paraná: apesar da recuperação hídrica em dezembro, as chuvas serão decisivas em janeiro para consolidar o potencial produtivo, já que a maioria das lavouras está em estádios reprodutivos.
Rio Grande do Sul: o plantio ainda está em andamento, mas as chuvas abaixo da média em algumas regiões levaram a perdas pontuais e à necessidade de ressemeadura.
Santa Catarina: as boas precipitações garantiram o desenvolvimento inicial das lavouras, que apresentam bom potencial produtivo.
Mato Grosso do Sul: chuvas irregulares afetaram parte das lavouras no início do ciclo, mas a normalização do clima favoreceu o desenvolvimento da soja.
Goiás: também se beneficiou de chuvas alternadas com sol, proporcionando boas condições para as plantas. A principal preocupação no estado é com as chuvas intensas previstas para o período de colheita, que podem comprometer a qualidade dos grãos.
Bahia: o plantio avançou bem, com chuvas regulares beneficiando as lavouras em todos os estádios de desenvolvimento.
Maranhão: a irregularidade das chuvas atrasou o plantio em algumas áreas, mas as lavouras implantadas apresentam bom desenvolvimento.
Piauí: início antecipado do plantio enfrentou desafios com chuvas irregulares, mas a cultura mantém um bom desempenho.
Milho: 119,6 milhões de toneladas
Com o segundo maior volume de produção, o milho deve alcançar 119,6 milhões de toneladas em 2024/25, 3,3% acima do ciclo anterior.
A primeira safra, mesmo com redução de 6,4% na área semeada, tem produtividade média projetada em 6.062 quilos por hectare, 4,8% maior que a do ciclo passado.
As condições climáticas também favoreceram a cultura, com precipitações intercaladas que impulsionaram o desenvolvimento nas principais regiões produtoras.
Rio Grande do Sul: a colheita do milho começou timidamente, com menos de 1% da área semeada. As chuvas irregulares em novembro prejudicaram o florescimento e o enchimento de grãos, reduzindo a produtividade em algumas regiões. A condição das lavouras varia: enquanto no Planalto Médio e no extremo-oeste há sintomas de estresse térmico, no nordeste as condições são boas a excelentes. A expectativa inicial de produtividade de 5.970 kg/ha se mantém, mas as previsões de chuvas insuficientes nas próximas semanas aumentam o risco de perdas.
Paraná: o plantio foi concluído, e a maioria das lavouras se encontra em estádios reprodutivos com bom desenvolvimento, favorecido pelas chuvas de dezembro.
Santa Catarina: o clima tem sido benéfico, garantindo boas condições às lavouras, embora chuvas excessivas no extremo-oeste tenham causado alagamentos e danos pontuais. No geral, o estado espera uma safra dentro da média histórica.
Minas Gerais: o plantio foi finalizado com lavouras predominantemente em desenvolvimento vegetativo. Apesar de desafios como maior infestação de lagartas em algumas regiões, o clima favorável mantém as expectativas de uma boa safra.
Goiás: as condições climáticas equilibradas têm proporcionado um bom desenvolvimento das lavouras.
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul: o milho se beneficia de chuvas regulares e temperaturas adequadas, apresentando ótimo progresso.
Bahia: enfrenta desafios no centro-sul, onde a falta de chuvas comprometeu o potencial produtivo de lavouras em floração.
Algodão: produção pode ser histórica
O algodão registra expectativa de alta, com previsão de 3,7 milhões de toneladas de pluma, um dos maiores volumes já alcançados no Brasil. A área plantada deve crescer 3,2%, atingindo 2 milhões de hectares.
Mato Grosso: maior produtor de algodão do Brasil, iniciou a semeadura em dezembro, após o vazio sanitário e sob condições climáticas ideais, como altos volumes de chuvas que favoreceram o armazenamento hídrico no solo. A área plantada no estado foi ampliada tanto na safra principal quanto na safrinha, impulsionada pela alta comercialização de contratos. As lavouras apresentam boas condições fitossanitárias, mas o monitoramento de pragas, como o bicudo, permanece essencial.
Bahia: a semeadura começou em novembro e deve se estender até fevereiro de 2025. A expansão da área plantada reflete o otimismo dos produtores diante de boas condições climáticas e resultados satisfatórios da safra anterior. O cultivo de lavouras irrigadas e de sequeiro apresenta ótimo desenvolvimento inicial, com perspectivas de incremento na produção.
Goiás: o plantio de verão foi concluído em dezembro, com previsão de início da safrinha em janeiro. Apesar de redução em algumas áreas irrigadas, devido a dificuldades no fornecimento de energia, a produtividade segue promissora.
Mato Grosso do Sul: a semeadura da primeira safra está quase finalizada, e o plantio da segunda safra começará após a colheita da soja precoce. As condições climáticas têm sido favoráveis, garantindo o bom desenvolvimento das lavouras.
São Paulo: o excesso de chuvas durante o plantio resultou em doenças de solo e replantios, impactando o estande das lavouras.
Paraná: chuvas em dezembro melhoraram as condições para as lavouras, mas a área plantada ainda está distante dos níveis históricos, embora com um leve incremento em relação à safra passada.
Arroz e feijão: crescimento significativo
O arroz deve apresentar incremento de 13,2% na produção, totalizando 11,99 milhões de toneladas, resultado do aumento de 8,5% na área plantada e da elevação na produtividade, que deve alcançar 6.869 quilos por hectare.
Já o feijão deve registrar a segunda maior safra dos últimos 15 anos, com 3,4 milhões de toneladas, 4,9% a mais que na safra passada.
Culturas de inverno
Entre as culturas de inverno, o trigo, principal destaque, registrou queda de 2,6% na produção, totalizando 7,89 milhões de toneladas. A redução é atribuída ao menor plantio no Sul (-14,2%) e ao clima adverso em regiões produtoras.
Compartilhar
Newsletter Cultivar
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura
Newsletter Cultivar
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura