Biocombustíveis e biorrefinarias são discutidos na Colômbia

31.05.2011 | 20:59 (UTC -3)
Daniela Garcia Collares

Os impactos e a logística da produção dos biocombustíveis e os conceitos e estágios de desenvolvimento das biorrefinarias estão na pauta das discussões entre empresários, cientistas e estudantes de hoje, 31.05, até quinta-feira, 02.06, durante eventos internacionais em Santiago de Cali, na Colômbia, organizados pela Sociedade Ibero-Americana para o Desenvolvimento das Biorrefinarias (SIADEB).

A Embrapa Agroenergia (Brasília/DF) é uma das instituições brasileiras que apóia a Sociedade e que estará presente na 2º reunião de articulação SIADEB e no Seminário Internacional: “Residuos para Biocombustibles y Bio-refinerias: impactos, logística y simulación”.

Neste sentido, “a Embrapa Agroenergia vem realizando o desenvolvimento de tecnologías de obtenção de etanol de segunda geração, bio-óleo, melhoria dos processos de obtenção de biodiesel, aproveitamento de coprodutos e residuos, entre outras pesquisas que estão relacionadas às biorrefinarias”, enfatiza o pesquisador Silvio Vaz Júnior, que está participando dos eventos.

As biorrefinarias

A biorrefinaria é uma instalação industrial que utiliza integralmente a biomassa, de forma sustentável, para a produção concomitante de biocombustíveis, alimentos, materiais e produtos químicos, preferencialmente com alto valor agregado, além de gerar energia elétrica

De acordo com informações da SIADEB, estas instalações, já estão em funcionamento em alguns países, mas necessitam ainda de desenvolvimentos científicos e tecnológico que lhes permitam ultrapassar algumas limitações.

As elevadas quantidades de biomassa disponíveis na região Ibero-Americana, fazem com que esta possa vir a ser muito beneficiada com o desenvolvimento das biorrefinarias, mas, para tal é fundamental apoiar e incentivar a investigação científica e tecnológica direcionada para as limitações específicas desta região.

A integração de várias rotas de processamento dará origem a biorrefinarias, reforça o pesquisador da Embrapa Agroenergia, José Dilcio Rocha, que, conceitualmente, têm sido apontadas como a forma ideal de aproveitar integralmente a biomassa agrícola e florestal e seus resíduos e de integração energética dentro de uma única unidade fabril. “Comparativamente a uma refinaria de petróleo, a biorrefinaria é uma instalação industrial capaz de produzir grande variedade de bens e serviços baseados apenas em biomassa primária e em seus resíduos”, explica Rocha.

No processamento da biomassa, as biorrefinarias aliarão rotas termoquímicas com as rotas bioquímicas (como o etanol lignocelulósico), rotas químicas (como a transesterificação para biodiesel) e físicas (briquetagem e peletização) tendo como resultado maior a diversidade de produtos em relação ao que hoje se obtém com a mesma matéria-prima.

No Brasil, atualmente, além da Embrapa outras instituições de pesquisa, como USP, UNESP, UNICAMP, UFRJ, UFSCAR, CTBE e as empresas privadas Braskem e Rhodia vêm trabalhando com o tema.

Biocombustíveis.

A logística e os processos de produção de etanol e biodiesel também serão de debatidos nos eventos. Diversos países iberoamericanos estão investindo em biocombustíveis. Na Argentina e na Colômbia, por exemplo, estão em execução os programas de produção de biodiesel, utilizando soja e dendê, respectivamente. A participação do Brasil nestes eventos é muito importante, pois os modelos brasileiros servem de referência para outros países.

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