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As primeiras plantas de baunilha da coleção que está na Embrapa Cerrados estão em fase de florescimento. Elas foram trazidas de diversas regiões do Brasil, como Distrito Federal, Goiás, Bahia, Mato Grosso e Pará, ao longo dos últimos anos como parte do projeto Baunilhas Brasileiras.
“Após o período inicial de estabelecimento, as primeiras flores indicam que o material está se adaptando às condições de ambiente e cultivo”, informa o pesquisador Fernando Rocha. A partir das flores, os pesquisadores poderão avaliar a possibilidade de iniciar novos projetos, como a seleção de materiais superiores para pesquisas de melhoramento genético do gênero e o desenvolvimento de um sistema de produção para o Cerrado.
Neste primeiro momento, floresceram as plantas de Vanilla pompona e as de Vanilla phaeantha. As de Vanilla ribeiroi ainda estão florescendo. “Este exemplar [Vanilla ribeiroi] foi coletado no estado de Mato Grosso e ainda não tínhamos a identificação correta da espécie, pois na região ocorrem duas espécies morfologicamente muito similares. Apenas a partir da análise de suas flores, fomos capazes de descobrir qual das duas espécies havíamos coletado. Agora, com esta floração, poderemos produzir frutos para avaliar o potencial aromático das espécies”, garante o pesquisador.
A equipe acompanha atentamente cada flor que abre para fazer sua polinização manual. Isso porque a flor fica aberta por um curto período, menos de um dia. Depois da polinização, daqui cerca de nove meses, deverão ser obtidos os primeiros frutos da coleção. “Esse é o tempo que os frutos levam para serem gerados e chegarem ao ponto de colheita. É um processo relativamente longo e que demanda um cuidado permanente para obtenção de frutos comercialmente viáveis, pois é importante que eles sejam colhidos em um ponto de maturação que permita a obtenção de compostos aromáticos no processo de cura, mas sem permitir que os frutos se abram. Caso isso ocorra, eles perdem o valor comercial. Eles precisam ser colhidos o mais próximo possível desse ponto de abertura, mas antes que ela ocorra”, explica.
Após a colheita dos frutos, será realizado o processo de cura desse material e seleção para características sensoriais e olfativas de interesse. O processo de cura também deve ser cuidadoso. “Ele tem como objetivo permitir que os precursores dos compostos aromáticos que estão presentes no fruto verde se manifestem no produto final, liberando os aromas e sabores tão conhecidos e apreciados”, informa o pesquisador da Embrapa Cerrados.
A procura por baunilhas nativas tem aumentado nos últimos anos, principalmente para uso culinário, por chefs de restaurantes que conhecem a especiaria. No entanto, sua produção ainda é um desafio. “Há poucas informações sobre o cultivo dessas espécies. A Embrapa iniciou os trabalhos com as baunilhas brasileiras em 2019. Temos em nosso Banco Ativo de Germoplasma mais de uma centena de plantas de cerca de 15 espécies, coletadas em diferentes biomas e estados brasileiros. Cada espécie tem suas particularidades e especificidades e precisamos ampliar nossos estudos para entendermos seu processo de produção”, explica.
Um dos grandes desafios para o cultivo de baunilhas é a seleção de um substrato adequado às diferentes espécies, que deve, ao mesmo tempo, ser prático, funcional e praticamente viável. A equipe está utilizando um primeiro substrato ao qual as espécies têm se adaptado bem, uma mistura de fibra de coco, substrato comercial e adubo de liberação lenta. “Posteriormente, iniciaremos estudos fitotécnicos para avaliar as melhorias possíveis nesse substrato”, conclui.
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