O território do Nordeste brasileiro possui distintas características físicas, o que reflete nas atividades econômicas e sociais de sua população. Suas sub-regiões são divididas em Meio-Norte (faixa de transição entre o sertão semiárido e a região Amazônica), Zona da Mata (parte litorânea de até 200 km de largura, que se estende do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia), Agreste (área de transição entre a zona da mata, úmida e cheia de brejos, e o sertão semiárido) e Sertão (extensa área de clima semiárido, que compreende o centro do Nordeste e está presente em quase todos os estados).
Diante dessa diversidade de climas, os produtores rurais necessitam de auxílio para escolher os melhores tipos de sementes forrageiras a ser implantadas em cada região. Para oferecer esse suporte, o engenheiro agrônomo da Barenbrug do Brasil, Robson Mengatti, orienta os produtores sobre o que plantar no Nordeste e as melhores opções de manejo.
No sertão, os índices pluviométricos são baixos e irregulares. Para essa região, o uso de materiais utilizados nas zonas tropicais é arriscado, principalmente em virtude dos longos períodos de escassez que podem passar dos oito meses ao ano. O mais indicado é utilizar materiais forrageiros adaptados ao clima, como Andropogon e Buffel. “Para atender essa zona, a Barenbrug está desenvolvendo uma tecnologia de incrustação das sementes que vai contribuir significativamente na melhoria do plantio e estabelecimento das plantas na área. Outra ação adotada pela companhia é a busca e importação de materiais forrageiros adaptados a esse tipo de clima, que está em andamento atualmente”, comenta.
Por se tratar de uma companhia global com atuação em vários países, a Barenbrug identifica que há alguns materiais adequados que já vem sendo utilizados com sucesso em outras unidades do Grupo. “Neste ponto, a Austrália se destaca por apresentar clima semelhante ao Nordeste brasileiro na maior parte do seu território. Nossa unidade no país está trabalhando na seleção de materiais que devem ser importados, se tudo der certo, nos próximos meses, para início das avaliações já na próxima safra”, avalia.
O Agreste possui um índice pluviométrico entre 700 e 900 mm e estação seca pronunciada. Nessa situação, é necessário o emprego de cultivares mais rústicas, dentre as quais a Decumbens (Brachiaria decumbens) se destaca. “Por ser um material bastante rústico e ainda assim produtivo, com boa qualidade forrageira, é uma das sementes mais utilizadas nessa zona. Outros materiais que podem ser empregados são Massai, Marandu e Piatã”, ressalta.
Já na Zona da Mata, as chuvas, em geral, ficam acima de 1800 mm ao ano e são bem distribuídas. Nessas condições, é possível produzir a maioria dos materiais forrageiros utilizados nas demais regiões tropicais do Brasil, desde que se observem outros fatores limitantes para o desenvolvimento da planta, como fertilidade, física do solo e ataque de pragas. “Os materiais comumente empregados são os Panicuns, destaque para Mombaça, e, entre as Braquiárias, o Marandu se sobressai frente às outras cultivares. Forrageiras híbridas como as que estão em desenvolvimento na Barenbrug apresentam grande potencial, visto que essa zona reúne os requisitos necessários para o desenvolvimento das plantas. Em breve estes novos híbridos estarão no mercado para ajudar o produtor a aumentar sua produtividade também nesta região”, finaliza.