Pós-graduação com foco em altas produtividades de soja abre inscrições
Em parceria com CESB e Elevagro, Centro Universitário Integrado Campo Mourão realizará o exclusivo e dinâmico Master Degree em Tecnologia Agrícola
Agricultores de diversos países das
Américas, representantes da academia, ministros de agricultura,
funcionários de organismos internacionais e diretores de importantes
companhias do setor alimentar reuniram suas vozes para advertir que o
cuidado com a saúde dos solos é uma das tarefas mais relevantes que a
humanidade tem diante de si para garantir o bem-estar das futuras
gerações.
Convocados pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a
Agricultura (IICA), os atores do setor público e privado comemoraram o
Dia Mundial dos Solos, celebrado no dia 5 de dezembro, para chamar a
atenção sobre a sua importância decisiva para sustentar todas as formas
de vida no planeta.
Também foi realizado um reexame das realizações do primeiro ano
do programa “Solos Vivos das Américas”, lançado em dezembro de 2020 pelo
IICA e o Centro de Gestão e Sequestro de Carbono (C-MASC), da
Universidade do Estado de Ohio e dirigido pelo laureado cientista Rattan
Lal.
A iniciativa já alcançou resultados concretos no combate à degradação
dos solos, que ameaça solapar a capacidade dos países de satisfazer de
maneira sustentável a demanda por alimentos, graças ao acompanhamento de
diversos governos do hemisfério e do envolvimento de companhias
privadas que já têm incorporado políticas tendentes à restauração dos
solos em suas atividades produtivas.
Participaram do encontro o professor Lal, colaureado em 2007 com o
Prêmio Nobel da Paz, Embaixador da Boa Vontade do IICA e considerado a
autoridade máxima mundial em ciências do solo; a Ministra da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Tereza Cristina; a
Ministra da Agricultura do Chile, María Emilia Undurraga; o Ministro da
Agricultura e Pecuária da Costa Rica, Renato Alvarado; o Presidente do
Conselho Diretor da FONTAGRO, Arnulfo Gutiérrez; o Presidente da
Comissão Diretora do Programa Cooperativo para o Desenvolvimento
Tecnológico Agroalimentar e Agroindustrial do Cone Sul (PROCISUR), José
Bonica; o Presidente da Comissão Interamericana de Agricultura Orgânica
(CIAO), Rommel Betancourt; o Diretor do setor Agrícola de Pepsico na
América Latina, Arturo Durán; a Vice-Presidente e Chefe de Estratégia e
Assuntos para Atores Globais de Bayer, Nataha Santos; o Diretor Regional
da Syngenta na América Latina, Juan Pablo Llobet; e o Diretor Geral do
IICA, Manuel Otero.
Durante a atividade foi exibida a experiência bem-sucedida que está
sendo realizada no âmbito do programa Solos Vivos nas Américas em terras
da região chilena de O’Higgins, onde, devido à erosão, a agricultura
havia sido abandonada e só se praticava uma pecuária menor.
Também foram mostrados os melhores rendimentos obtidos graças a práticas
que melhoram a saúde dos solos em plantações de café e hortaliças na
Costa Rica, no contexto do programa AGRO-INOVA, implementado pelo IICA e
a União Europeia.
O professor Lal explicou que a restauração da saúde dos solos é um
elemento imprescindível para pensar na erradicação da pobreza, avançar
na busca da equidade social, fortalecer a biodiversidade, melhorar a
qualidade da água e reduzir as emissões de gases de efeito estufa, que
geram a mudança do clima.
O cientista valorizou a recente criação da Coalizão de Ação para a Saúde
dos Solos (CA4SH), por ocasião da Cúpula sobre Sistemas Alimentares das
Nações Unidas.
A Coalizão congrega múltiplos atores do âmbito público e privado com o
objetivo de melhorar a saúde dos solos pela implementação e o
monitoramento das políticas e barreiras de investimentos públicos e
privados que limitam os agricultores no momento de adotar práticas
benéficas para os solos.
“O solo é vida. Não é apenas o esteio da produção agropecuária, mas o
motor do desenvolvimento da vida rural”, disse a ministra chilena María
Emilia Undurraga, que informou que 79% das terras em seu país apresentam
algum tipo de degradação, e que a metade sofre erosão.
Undurraga destacou que a Comissão de Agricultura do Senado chileno acaba
de aprovar um projeto-quadro de lei de solos para propiciar a gestão
sustentável desse recurso.
“Temos maltratado o solo, por grandes explorações, práticas de arado
agressivas e cargas excessivas de agroquímicos. Hoje entendemos que,
para continuar a cultivar alimentos para as novas gerações, é necessário
recarbonizar o solo”, explicou, por sua vez, o Ministro da Costa Rica,
Renato Alvarado.
O Brasil tem uma longa experiência em implementação de práticas de
conservação dos solos e, até 2020, havia mais de 52 milhões de hectares
com modelos agrícolas de baixas emissões de carbono, explicou a Ministra
Tereza Cristina, que anunciou que o objetivo é chegar a 72 milhões de
hectares até 2030.
“Colaboração é a palavra do momento. Queremos compartilhar as nossas
experiências, pois a sustentabilidade só funcionará se tiver alcance
universal”, acrescentou.
Arnulfo Gutiérrez, em nome dos países que compõem a FONTAGRO, mecanismo
de cooperação que promove a ciência e a inovação na agricultura da
região, sustentou que hoje os solos do continente sofrem por
salinização, erosão e contaminação devido às práticas extrativistas. “É
possível restaurar a sua função ecológica e a sua biodiversidade,
mudando as práticas”, afirmou.
José Bonica, do PROCISUR, ressaltou a expansão do plantio direto no
continente, que ajudou a melhorar o diálogo sobre os solos. “Nossos
produtores receberam a terra dos mais velhos — disse —, e querem
deixá-la para seus netos”.
Rommel Betancourt enfatizou que a CIAO se soma ao programa Solos Vivos
nas Américas por acreditar na necessidade de gerar políticas públicas
que oferecem ferramentas aos produtores do continente para fazer uma
agricultura mais sustentável.
Durante o evento, três grandes companhias explicaram por que decidiram se juntar à iniciativa Solos Vivos nas Américas.
“Por muitos anos temos descuidado de nossos solos e agora temos uma
grande oportunidade para compensá-lo, com o trabalho conjunto de
governos, da indústria, de instituições, de instituições de ensino, ONGs
e, obviamente, de agricultores”, disse Arturo Durán, da Pepsico.
Juan Pablo Llobet, da Syngenta, enfatizou “os desafios sem precedentes
enfrentados pela humanidade graças à mudança do clima e que nos obrigam a
promover uma coexistência entre a produção e a proteção do meio
ambiente”.
Na Bayer, Natasha Santos ressaltou que não se deve fazer cobranças aos
agricultores, se não se está perto deles: “Há carência de mudanças
sistêmicas na produção, que são de responsabilidade de todos”.
“Os solos são essenciais para as nossas vidas”, afirmou o Diretor Geral
do IICA, Manuel Otero, que destacou que o programa Solos Vivos nas
Américas busca promover a transformação dos sistemas agroalimentares
abraçando o enfoque de Uma Só Saúde.
Otero precisou que o Brasil, Chile, Costa Rica, Granada, México e
Uruguai já têm somado esforços ao programa Solos Vivos nas Américas,
juntamente com agricultores, organismos e empresas.
“Convidamos entidades dos setores público e privado, ONGs e a
organizações internacionais — finalizou Otero — a que se unam a nós para
promover a conservação e a saúde dos solos, que representam um ativo
único e no qual vivemos e cultivamos nossos alimentos”.
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